A maior operadora de telefonia de Cabo Verde, a CVTelecom, prevê injectar um total de 410,2 milhões de dólares, nos próximos 20 anos do novo contrato de concessão de comunicações com o Estado cabo-verdiano, anunciou esta Quarta-feira, 12, o presidente do seu conselho de administração, João Domingos Correia.
Para a administração, o desembolso não significa uma ajuda àquela operadora, mas um investimento em que a empresa se compromete pagar uma amortização anual de 422,7 mil de dólares.
“Não se trata de um contrato para facilitar a vida à operadora CVTelecom, pelo contrário”, apontou o chairman da organização, no fim da cerimonia de assinatura do acordo com o Governo, hoje na cidade da Praia.
Conforme estabelece o decreto-lei 36/2021, de 14 de abril de 2021, que aprovou o novo Contrato de Concessão do Serviço Público de Comunicações Eletrónicas, a CVTelecom terá de pagar anualmente ao Estado pela concessão 41 milhões de escudos (371 mil euros) a “título de renda”.
De acordo com João Domingos Correia, esta renovação da concessão, por 20 anos, que se soma à que estava em vigor de 1996 a 31 de Dezembro de 2020, dá “mais responsabilidades à operadora”, num setor “que exige muito investimento”.
“Quem ganha efectivamente com este contrato de concessão é o povo de Cabo Verde e seguramente o Governo de Cabo Verde, que deixará de ter preocupações com recursos para investir num sector que exige investimentos volumosos”, garantiu o presidente da administração da CVTelecom, acrescentando que os clientes também ganham com o novo modelo.
Para a gestão da Cabo Verde Telecom, as famílias cabo-verdiana passam a contar, doravante, com “um serviço com cada vez mais qualidade, na Internet e dados”. “Nós vamos ter uma forte aposta no alargamento da cobertura do país com a rede de fibra óptica, permitido uma maior velocidade para os utilizadores”, garantiu João Correia.
O gestor avança ainda que a empresa está a estimar um investimento acima dos 140 milhões de dólares para a vigência do contrato [20 anos], isto só na rede concessionada. O investimento no seu todo, estimado, será, na moeda local, na ordem dos 40 biliões de escudos cabo-verdianos [360,5 milhões de euros.
A assinatura deste novo contrato de concessão, reconheceu Domingos Correia, culminou com um “processo longo” de negociação com o Governo “durante vários anos”.
“Trata-se da renovação do contrato de concessão que vigorou desde 1996 até 31 de Dezembro de 2020. E estamos a renovar até com algum atraso, com efeitos retroactivos a 01 de Janeiro do ano que terminou”, sublinhou.