A multinacional britânica Shell vai arrancar as suas operações em 17 blocos petrolíferos em Angola, através de um investimento mil milhões dólares, depois de 20 anos fora do mercado nacional.
O anúncio foi feito esta Segunda-feira, 03, pelo presidente do conselho de administração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo, no final da assinatura do acordo de princípios para atribuição dos blocos 19, 34, 35 e mais 14 blocos em águas ultraprofundas. O acordo integra ainda a Equinor e Sonangol.
Paulino Jerónimo a expectativa é que nos próximos anos seja feita uma avaliação detalhada das 17 concessões, explicando que, inicialmente, vai decorrer o procedimento sísmico e, posteriormente, a perfuração poços.
“Nesta altura a luta de Angola tem sido manter a produção a um nível acime 1 milhão de barris. Daí que que existe o projecto de produção incrementar, os campos marginais para manter esse nível de produção. Novas descobertas são necessárias”, acrescentou.
O presidente do conselho de administração da ANPG deu a conhecer que houve negociação directa, já que a Shell manifestou o interesse de voltar ao mercado angolano há 10 anos.
Por outro lado, revelou que, nesta altura, estão a negociar três novos blocos na bacia do Namibe com um novo concessor existente em Angola e duas concessões em área livre no país.

Por sua vez, o vice-presidente executivo da Shell, Eugene Okpere, sublinhou que olhando para o futuro, pode-se olhar para um passado frio, mas com esperança para o futuro para continuar essa liderança.
“Nós, juntos com nossos parceiros da Equinor, é um prazer enorme estar aqui e ser parte dessa jornada. Então, mais do que uma parceria estratégica. E isso, para ser honesto, é por isso que eu me levanto todas as manhãs e faço o trabalho que faço. É um privilégio”, disse.
Hoje, segundo o responsável, isso consolida uma parceria em retorno após 20 anos.
“É um privilégio para a Shell e parceiros, Equinor e Sonangol, fazer parte da história no sentido de alavancar o futuro da indústria. Angola tem um grande potencial e estamos ansiosos em trazer a nossa capacidade de transformar os recursos naturais. A Shell em particular esteve ausente do país por 20 anos, voltamos agora em grande e melhor”, lembrou.
“Nós perdemos por 20 anos, mas estamos voltando maiores e melhores. Sempre dizemos que Angola é abençoada por recursos, é um lugar onde nós vemos uma indústria hidrocarbônica estabelecida, onde vemos muito mais potencial, e isso está muito em ligação com a estratégia de exploração, que é ir para os lugares onde nós temos chuvas de provas, onde vemos ruas de caminho e onde nós podemos trazer nossa experiência de outro lugar”, reforçou.

Já o ministro dos recursos minerais, petróleo e gás, Diamantino Azevedo, afirmou que a prospecção dos blocos 19, 34 e 35, e demais 14 blocos em águas ultraprofundas, terão investimentos significantes que se vão traduzir em receitas fiscais e realidades fundamentais para o Estado Angola.
“Com esta assinatura que hoje presenciamos, a estes projectos juntam-se ao outro do sector petróleo, contribuindo consideravelmente na criação de mais postos de trabalho, na qualificação da mão-de-obra nacional, no acesso à tecnologia de ponta e, claramente, para o estímulo ao conteúdo local e à diversificação da economia. A presença de um player global como a Shell em Angola, envia um sinal claro aos mercados internacionais”, garantiu.
Angola, segundo asseguro, é um destino seguro, sério e competitivo para investir. Estabelece portas para mais parcerias, mais projectos e mais desenvolvimento para o nosso sector e para o país.
“E não menos importante, significa a valorização dos nossos recursos minerais para as gerações presentes e futuras. Com a liderança do Presidente João Lourenço, o sector petrolífero tem trabalhado para garantir que a riqueza do nosso absorvo seja explorada de forma eficiente, responsável e sustentável, gerando prosperidade e bom repasse”, disse.





