A União Europeia vai financiar com 50 milhões de euros o Projecto de Desenvolvimento Agrícola ao Longo do Corredor do Lobito, designado Agrinvest, uma iniciativa destinada a modernizar a agricultura angolana e a reforçar as infra-estruturas de apoio à exportação.
O anúncio foi feito em Bruxelas pelo ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, à margem do Fórum Global Gateway 2025, onde destacou que o financiamento europeu representa “uma oportunidade concreta para acelerar a transformação do sector agrícola” em Angola.
Segundo o governante, o processo de nomeação do coordenador do projecto por parte da União Europeia já se encontra em curso. Os fundos serão aplicados na preparação de infra-estruturas agrícolas e logísticas, bem como em mecanismos de suporte directo aos produtores, incluindo instalações de empacotamento e embalamento destinadas à exportação.
De acordo com o Executivo angolano, o Agrinvest integra o Programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN) e faz parte das acções estruturantes em desenvolvimento ao longo do Corredor do Lobito, que o país aposta em consolidar como eixo estratégico de crescimento económico regional.
Isaac dos Anjos revelou igualmente a existência de projectos complementares em fase de preparação, com financiamento de instituições multilaterais como o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
“Com o Banco Africano de Desenvolvimento estão previstos cerca de 300 quilómetros de reabilitação de estradas, e agora, com a União Europeia, há disponibilidade para apoiar projectos de ligação e acesso às zonas de produção agrícola”, sublinhou o ministro.
Os programas em curso abrangem várias províncias, com especial incidência na região Leste de Angola, onde se pretende reforçar a integração entre produção, logística e exportação.
A aposta europeia reforça o papel do Corredor do Lobito como plataforma estratégica de cooperação internacional, com impacto directo no desenvolvimento rural, na diversificação da economia e na redução da dependência do sector petrolífero.