A Associação dos Reguladores de Energia de Língua Portuguesa (Relop) apelou, esta Segunda-feira, 20, em Maputo, ao reforço da cooperação e do planeamento energético entre os Estados-membros da CPLP, sublinhando que a falta de coordenação tem sido uma das causas de apagões e falhas no abastecimento de energia em vários países lusófonos.
Durante a abertura da Semana de Energia e Clima na CPLP, que decorre até Sexta-feira, o director executivo da Relop, Artur Trindade, alertou para a urgência de garantir a segurança energética como um pilar da estabilidade económica e social da Comunidade.
“Todos nós aqui, de vários países, partilhamos uma preocupação comum: a segurança do abastecimento de energia. Temos de responder ao interesse público, assegurando não apenas bons preços, mas também que a energia chegue em quantidades suficientes e de forma contínua, tanto para o tecido empresarial como para as famílias”, afirmou.
A reunião, que junta representantes governamentais, reguladores, financiadores, empresas e especialistas da área de energia e clima, conta com 29 oradores provenientes de nove países lusófonos e 120 participantes.
Segundo Trindade, os episódios recentes de apagões em vários países da CPLP evidenciam a necessidade de maior articulação regional e planeamento integrado.
“Quando há apagão, é porque não houve segurança no abastecimento – seja na componente eléctrica, seja nos combustíveis. É essencial cooperarmos e planearmos com base em critérios que assegurem essa segurança”, reforçou.
O dirigente da Relop apelou ainda aos Estados-membros para criarem condições de atracção de investimento privado, sobretudo num contexto em que a transição energética continua fortemente dependente do investimento público.
Organizada pela Associação Lusófona de Energias Renováveis (Aler) e pela própria Relop, a Semana de Energia e Clima na CPLP pretende fomentar o debate sobre energias limpas, segurança no abastecimento e resiliência climática nos países de língua portuguesa, um tema que se torna cada vez mais estratégico no actual contexto global.
*Com Lusa