A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) precisa de ir além da promoção do idioma comum e apostar no fortalecimento das trocas comerciais e no desenvolvimento económico e social dos Estados -membros.
Esta posição foi defendida pelo Presidente da República, João Lourenço, durante o diálogo que marcou o encerramento do Oitavo Forum EURAFRICAN 2025, realizado no Sábado passado, em Cascais, Portugal, com a participação do homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o chefe de Estado angolano, o projecto CPLP tem dimensões que ultrapassam a questão linguística.
“Gostaria de dizer que o Projecto CPLP é muito mais do que a simples promoção da língua portuguesa, que é comum a todos os países membros dos quatro continentes (África, América, Ásia e Europa), é cultura e deve ser também trocas comerciais, desenvolvimento económico e social entre os Estados membros”, afirmou.
João Lourenço entende que não existe desentendimento linguístico entre a CPLP, mas sim um enriquecimento natural da língua portuguesa. Explicou que as diferenças de sotaque e expressões regionais são características comuns a todos os idiomas falados em diferentes países e regiões.
“Eu não vejo nenhum desentendimento na questão da língua. É evidente que o português falado em Portugal não é igual ao que é falado no Brasil. Os brasileiros até, por vezes, dizem que nem falam português, falam brasileiro. Mas é português, da mesma forma que o que é falado em Angola, em São Tomé e Príncipe, em Cabo Verde, na Guiné-Bissau, em Timor-Leste é a mesma língua, só que tem nuances”, disse.
Durante o evento, João Lourenço enfatizou a importância de a CPLP se afirmar como uma plataforma efectiva de cooperação económica e cultural, aproveitando o potencial dos nove países-membros.
O Forum EURAFRICAN 2025, uma iniciativa do Conselho da Diáspora Portuguesa, reuniu representantes de diversos sectores, para debater as relações entre a Europa e África, com particular enfoque no papel das comunidades lusófonas.
