O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, avançou esta Quarta-feira, em Luanda, que, até Setembro do ano em curso, foram concebidos créditos para a produção de bens da cesta básica e outros produtos essenciais, no valor de 1.2 biliões de kwanzas.
De acordo com o Governador do Banco Nacional de Angola, que falava durante a abertura da Finanças & Brunch, que decorreu sob o tema “Financiamento de Cadeias Produtivas Agrícolas e Segurança Alimentar”, este valor resulta de 904 operações, o que representa 17% do total da carteira de crédito dos bancos comerciais.
“Simultaneamente, observa-se um abrandamento no ritmo de crescimento dos preços de bens e serviços na economia”, disse o governador, informando que a inflação mensal se situou em 1,55% em Outubro deste ano, enquanto a inflação homologa caiu para 29,17%, “confirmando assim a desaceleração mensal da inflação desde Maio do corrente ano e a queda da inflação homologa desde o mês de Agosto”.
Neste contexto, considera Manuel Tiago Dias, a continuidade do financiamento do sector produtivo é fundamental para se consolidar a estabilidade económica e promover o crescimento sustentável que o país almeja.
“O crescimento da produção interna como meta para a redução das importações permitiu alcançar, até certa medida, outro grande objectivo, uma relativa contribuição para a segurança alimentar em Angola”, referiu.
O governador do BNA disse ainda que a sua instituição está ciente das dificuldades que ainda persistem, devido às assimetrias e da necessidade de levar os serviços financeiros aos pontos mais remotos do país, onde se encontram os pequenos produtores.
“Reconhecemos que para que a nossa missão seja cumprida de forma eficiente, ainda temos um longo caminho a percorrer e que só seremos bem-sucedidos nesta missão se continuarmos a contar com a colaboração e contribuição de todas as instituições financeiras que operam no país, os agentes económicos e de todas as entidades colectivas e individuais”, apelou.
Por sua vez, o presidente de direcção da Associação Angolana de Bancos (ABANC), Mário Nascimento, admitiu que os bancos tem trabalhado menos com o sector agrícola no que diz respeito ao financiamento.
“Este é o desafio para que nós possamos criar aqui novas dinâmicas, novas relações com o sector do agronegócio para que o banco esteja presente naquilo que tem estado a acontecer, tem havido a evolução e aumento da produção agrícola, mas é necessário também que a banca esteja cada vez mais presente para melhorarmos a produtividade dos nossos produtores”, ressaltou.