O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, defendeu esta Segunda-feira, 08, no Porto, que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) assenta na ideia de comunhão, harmonia e, sobretudo, livre circulação de pessoas e bens entre os seus Estados-membros. A intervenção ocorre num momento em que Portugal se encontra a rever a legislação migratória e de nacionalidade, um processo acompanhado com atenção por Maputo.
“Como países de língua portuguesa, temos uma comunidade extremamente importante”, afirmou Chapo, à margem da sexta cimeira bilateral Portugal–Moçambique.
Segundo o Chefe de Estado, cada país deve definir as suas próprias regras em matéria de nacionalidade, mas sem perder de vista a natureza interdependente das sociedades contemporâneas. “Ninguém vive e sobrevive de forma isolada. Precisamos de integração para a nossa sobrevivência”, sublinhou.
Chapo realçou ainda que a mobilidade é um pilar estratégico para o desenvolvimento dos países lusófonos. “Sendo o ser humano, por natureza, social, é fundamental que os países também o sejam. Os cidadãos portugueses precisam dos cidadãos moçambicanos e os cidadãos moçambicanos precisam dos cidadãos portugueses. Só assim faremos crescer os nossos países”, afirmou.
Durante o encontro com a comunidade moçambicana residente em Portugal, foram divulgados dados oficiais que indicam que 13.704 moçambicanos vivem actualmente em território português, dos quais 4.673 com residência regularizada, segundo números citados pela Lusa. A evolução destes fluxos migratórios tem sido observada com interesse pelos dois governos, num contexto de reforço das relações políticas, económicas e culturais.




