Desflorestação em Moçambique afecta 875 mil hectares

A desflorestação em Moçambique afectou 875.453 hectares de floresta entre 2019 e 2022, apesar de uma redução significativa em 2022, com um recuo de 31% face ao ano anterior. As províncias de Niassa e Zambézia foram as mais afectadas, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em 2022, a área desflorestada foi de…
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A desflorestação em Moçambique afectou 875.453 hectares entre 2019 e 2022, com destaque para as províncias de Niassa e Zambézia, apesar de uma redução significativa em 2022.
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A desflorestação em Moçambique afectou 875.453 hectares de floresta entre 2019 e 2022, apesar de uma redução significativa em 2022, com um recuo de 31% face ao ano anterior. As províncias de Niassa e Zambézia foram as mais afectadas, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2022, a área desflorestada foi de 209.464 hectares, uma diminuição em relação ao pico registado em 2021, com 303.689 hectares devastados, dos quais 264.999 hectares correspondem a floresta tropical semi decídua.

As províncias de Niassa e Zambézia foram as mais atingidas, contabilizando 180.279 e 167.367 hectares desflorestados, respectivamente, com grande parte da devastação a incidir sobre a Floresta do Miombo, que se estende por outros 10 países da África austral.

Iniciativa para salvar o Miombo

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou recentemente a angariação de mais de 500 milhões de dólares para a protecção do Miombo, durante um evento de alto nível em Nova Iorque. Nyusi destacou a importância de uma gestão transparente dos recursos, sublinhando que “o Miombo não pertence só a Moçambique”.

A Floresta do Miombo, que cobre dois milhões de quilómetros quadrados, sustenta mais de 300 milhões de habitantes em 11 países da África austral. Contudo, enfrenta graves ameaças de desflorestação. O Governo moçambicano tem vindo a implementar um plano de acção, com um investimento total previsto de 550 milhões de dólares, dos quais 153 milhões já haviam sido garantidos antes da nova angariação.

Filipe Nyusi, que se encontra no final do seu mandato, sublinhou que a protecção do Miombo é uma “corrida de estafetas”, e que os esforços continuarão após a sua saída. “Até ao último dia, tenho que correr para ver se entrego numa meta adiantada”, afirmou, assegurando que a iniciativa será uma prioridade regional para as gerações futuras.

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