Desvalorização do kwanza faz dívida de Angola subir para 92% do PIB – BFA

A desvalorização do kwanza fez o rácio da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) subir, desde o início do ano, 30 pontos, para mais de 90%, segundo o Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola (BFA). "A dívida pública de Angola terá subido para perto de 91,8% do PIB, um aumento…
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A dívida pública de Angola terá subido para perto de 91,8% do PIB, um aumento de 30 pontos percentuais, que se deveu exclusivamente ao efeito da perda de valor do Kwanza, segundo o BFA.
Economia

A desvalorização do kwanza fez o rácio da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) subir, desde o início do ano, 30 pontos, para mais de 90%, segundo o Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola (BFA).

“A dívida pública de Angola terá subido para perto de 91,8% do PIB, um aumento de 30 pontos percentuais que se deveu exclusivamente ao efeito da perda de valor do kwanza”, lê-se na análise semanal à economia angolana.

Os dados do Banco Nacional de Angola (BNA) mostram que a dívida externa fixou-se perto dos 50,3 mil milhões de dólares no segundo trimestre do ano, menos 1,5 mil milhões de dólares face aos doze meses anteriores, estando no valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2020, acrescentam os analistas do BFA.

Ainda assim, avançam, “olhando para a dívida como um todo, a estimativa aponta para um valor a rondar os 65,5 mil milhões de dólares, uma quebra significativa no valor em dólares, decorrente da descida da dívida externa em montante, e devido ao efeito da depreciação no valor da dívida interna quando medida em dólares”.

A desvalorização do kwanza desde o princípio do ano, mas com particular incidência a partir do segundo trimestre, quando o Governo implementou a retirada parcial dos subsídios aos combustíveis, motivou esta subida da dívida externa, já que uma moeda nacional mais barata equivale a pagamento da dívida mais elevados.

Relativamente à decomposição da dívida externa de Angola, o BFA salienta que a dívida a entidades chinesas representa 38% de toda a dívida pública ao exterior, um peso muito relevante, mas que tem estado em quebra, estando agora em mínimos desde o primeiro trimestre de 2016.

Pelo contrário, sublinham, “a dívida às entidades multilaterais representa agora 17,5% de toda a dívida ao exterior, um máximo histórico desde o início da série estatística, em 2013”, o que mostra os esforços do Governo para fomentar a diversificação das fontes de financiamento.

Com Lusa

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