Dificuldades em África podem levar a revisão do investimento no gás em Moçambique

A consultora especializada em questões energéticas WoodMackenzie alertou, há dias, que as companhias petrolíferas enfrentam muitas dificuldades nas operações na África subsaariana e apontou que pode haver grandes revisões aos projectos, incluindo o investimento da Eni no gás em Moçambique. "Em todo o continente, os projectos enfrentam cada vez mais dificuldades, das preocupações com a…
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Consultora especializada em questões energéticas alerta para as dificuldades nas operações que as companhias petrolíferas enfrentam na África subsaariana, que podem afectar vários projectos.
Economia

A consultora especializada em questões energéticas WoodMackenzie alertou, há dias, que as companhias petrolíferas enfrentam muitas dificuldades nas operações na África subsaariana e apontou que pode haver grandes revisões aos projectos, incluindo o investimento da Eni no gás em Moçambique.

“Em todo o continente, os projectos enfrentam cada vez mais dificuldades, das preocupações com a transição energética aos desafios do financiamento internacional, colocando vários projectos de exploração em risco. 2023 pode ser o ano em que vemos grandes revisões aos projectos que há muito estavam na calha”, escrevem os analistas da WoodMackenzie, num relatório sobre os grandes temas de 2023 na África subsaariana.

“O futuro da África Oriental é incerto. O projecto da Área 1 de Moçambique continua sob force majeure e não vemos urgência do operador TotalEnergies em retomar”, lê-se no documento, enviado aos investidores.

A WoodMackenzie acrescenta que os empreiteiros encarregues de fazer as obras de construção do estaleiro e da central de produção de gás vão apontar para o novo ambiente de custos, se o projecto retomar, tornando a exploração de gás no Norte do país [Moçambique] mais cara, para além do próprio custo de reparação do local, “que deverá ser grande”.

Nas previsões, segundo a Lusa, a WoodMackenzie diz também que o projecto de exploração de gás da Área 4, Rovuma LNG, vai abandonar a exploração em terra, partilhada com a Área 1, argumentando que a “eficiente e segura exploração ao largo da costa Coral Floating LNG [numa plataforma flutuante] permitiu a Moçambique juntar-se ao grupo de países exportadores de gás em Novembro”.

Os operadores petrolíferos em África, concluem os analistas, “podem aproveitar as oportunidades para cortar as perdas de campos mais marginais ou complicados e que neste pacote em revisão estão cerca de 50 mil milhões de dólares em despesas de investimento”.

Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

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