O Ministério das Finanças da República de Cabo Verde registou uma subida de 9,3% no stock da dívida pública até Fevereiro, em termos homólogos, acima de 2.572 milhões de euros, equivalente a 150,6% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para 2022.
De acordo com dados do relatório síntese da execução orçamental do Ministério das Finanças, até Fevereiro, o stock da dívida pública cabo-verdiana aumentou também face aos 2.547 milhões de euros, e 149,2% do PIB, em Janeiro deste ano.
Dados citados pela Lusa mostram que, em Fevereiro de 2021, a dívida pública de Cabo Verde ascendia a mais de 2.352 milhões de euros, então equivalente a 148,2% do PIB (indicador que foi revisto em baixa após as consequências da crise económica provocada pela pandemia).
O Governo cabo-verdiano estima baixar o rácio do stock da dívida pública para 150,9% do PIB em 2022, conforme prevê o Orçamento do Estado, depois dos 155,6% em 2020, devido aos efeitos económicos da pandemia da Covid-19.
O stock da dívida pública de Cabo Verde já tinha atingido no final de Dezembro passado um recorde de 2.534 milhões de euros, equivalente a 157,1% do PIB estimado para 2021.
Em Fevereiro último, a dívida pública contraída internamente valia o equivalente a 44,4% do PIB cabo-verdiano (43,5% em Fevereiro de 2021), aumentando para quase 758 milhões de euros, enquanto a dívida externa valia 106,3% (104,8% em 2021), equivalente a mais de 1.814 milhões de euros.
O alívio, restruturação ou perdão da dívida externa de Cabo Verde é um objectivo de curto prazo assumido pelo Governo do país, que está em conversações com credores internacionais, nomeadamente Portugal, para libertar recursos financeiros para a retoma económica após a pandemia.
Dados do país mostram que o Governo está a recorrer desde Abril de 2020 ao endividamento público para financiar o funcionamento do Estado, através de empréstimos internacionais e pela emissão de títulos do Tesouro no mercado interno. O objectivo é fazer face à crise económica provocada pela pandemia da Covid-19, com quebra nas receitas fiscais e a necessidade de aumento de apoios sociais e às empresas.