O presidente da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) — Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, disse, em Dakar, Senegal, estar pronto e disponível para assumir o lugar de chefe de Estado interino da Guiné-Bissau.
Domingos Simões fez um discurso à nação na qualidade de presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau.
O Presidente Umaro Embaló completou cinco anos do seu mandato, contados a partir de 27 de Fevereiro de 2020, data que tomou posse em um dos hotéis da capital.
Numa atmosfera em que se verifica alguma tensão, estabelecimentos, escolas e vários locais de trabalho optaram por fechar portas na incerteza dos acontecimentos.
Umaro Embaló, esteve em viagem pela Europa do Leste desde 25 do mês corrente e já de regresso ao país, afirmou que o seu mandato termina na data em que o Supremo Tribunal de Justiça assinalou oficialmente fim da batalha judicial e decretou-lhe como Presidente da República.
“Como a lei diz, as eleições são realizadas entre Outubro a Novembro e assim será. No dia 30 de Novembro iremos às eleições gerais”, garantiu.
Os principais líderes políticos, que hoje congregam a coligação Aliança Patriótica Inclusiva (API), a Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) — Terra Ranka, a sociedade civil e a Liga Guineenses dos Direitos Humanos, têm vido a enfatizar que o mandato de Umaro Embaló terminou a 27de Fevereiro de 2025, convidado o próprio a abandonar o poder ou sentar-se em busca de “grande consenso” e reposição da ordem constitucional.
Numa declaração à imprensa, Umaro Embaló adiantou que irá ficar no poder, sendo que se irá reeleger tomando posse a 27 de Fevereiro de 2026. Embaló acrescentou ainda não irá sentar com os partidos políticos. “Eu sei que é isso que eles querem, mas não vai acontecer”, garantiu.
Na Guiné-Bissau, encontra-se uma missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a mediação entre as partes, na procura de soluções para ultrapassar o imbróglio instalado.
Entretanto, recentemente, o ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, deslocou-se ao mercado informal da cidade, onde sensibilizou os cidadãos no sentido de não aderirem a qualquer manifestação social, mantendo-se nos seus locais de trabalho.
Por outro lado, Nuno Gomes Nabiam, ex-primeiro-ministro e coordenador em exercício da API- Capas Garandi, pediu a toda a população para aderirem a uma paralisação geral, como forma de protesto.