Economia angolana regressa aos ganhos com previsão de crescimento de 3,1% este ano

A riqueza nacional bruta de Angola deverá crescer este ano 3,1%, depois de uma sequência de quedas que já duram seis anos, ajudada, entre outros, pela recuperação no preço das matérias-primas e por um abrandamento das restrições para fazer à pandemia no conjunto de países da África Subsaariana, de acordo com uma previsão do Banco…
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Depois de longos seis anos de recepção económica, organismos financeiros internacionais, como o Banco Mundial, já anteveem uma recuperação neste ano que agora inicia. Até finais 2022, PIB avança 3,1%.
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A riqueza nacional bruta de Angola deverá crescer este ano 3,1%, depois de uma sequência de quedas que já duram seis anos, ajudada, entre outros, pela recuperação no preço das matérias-primas e por um abrandamento das restrições para fazer à pandemia no conjunto de países da África Subsaariana, de acordo com uma previsão do Banco Mundial (BM), expressas nas mais recentes perspectivas económicas globais.

O organismo não junta, nas suas perspectivas globais, outros argumentos sobre a recuperação económica, mas defende que o quadro de recessão económica terá já sido vencido nos últimos meses de 2021.

Ou seja, Angola deverá ter saído da recessão económica já no ano passado, registando um crescimento de 0,4%, que se segue, segundo o BM, a cinco anos consecutivos de quebra do Produto Interno Bruto (PIB), melhorando, ainda assim, a quebra de 5,4% em 2020, o pior ano desta série.

“A produção na África subsaariana cresceu uns estimados 3,5% em 2021, alimentada por uma recuperação no preço das matérias-primas e por um abrandamento das restrições [no âmbito da pandemia de covid-19]”, destaca o relatório.

Para já, a instituição financeira mundial global defende que a recuperação continua frágil e insuficiente para inverter o aumento na pobreza devido ao impacto da pandemia, e a ameaça de surtos recorrentes de covid-19 continua. Tudo isso faz com que, segundo FMI, a previsão de crescimento esteja quase um ponto percentual abaixo da estimativa para 2019 e 2020.

Apesar de o Banco Mundial apontar para uma recuperação em 2021, outras instituições de análise, estudo e de investigação científica insistem que o país fechou 2021 com a sexta recessão, quadro que, aliás, foi várias vezes rebatido pela imprensa especializada nacional e internacional.  

No relatório, o Banco Mundial diz que as três maiores economias da região, nomeadamente Nigéria, África do Sul e Angola, deverão ter crescido 3,1% no ano passado, o que reflete uma melhoria das estimativas anteriores, e aponta que o crescimento de Angola e Nigéria foi sustentado pela recuperação no sector não petrolífero.

Entretanto, o documento desenvolvido pelos peritos do Banco Mundial aponta que a pandemia fez reverter o progresso na redução da pobreza e em vários objectivos emblemáticos do desenvolvimento em toda a região, anulando mais de uma década de ganhos no rendimento per capita nalguns países.

Por exemplo, em Angola, Nigéria e África do Sul, entre outros, o rendimento per capita “deverá continuar mais baixo em 2022 que há uma década”, segundo os os economistas do organismo.

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