Estimativas do Banco de Moçambique apontam para um crescimento da economia nacional na ordem dos 5,9% de Julho a Setembro deste ano, depois de um crescimento global de 4,7% entre Abril e Junho últimos.
Esse crescimento inclui os projectos de Gás Natural Liquefeito (GNL), com destaque para o desenvolvido na Bacia do Rovuma, no norte do país.
Excluindo os projectos de hidrocarbonetos, no terceiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano terá crescido 3,3%, depois de 3,1% no trimestre anterior, segundo o banco central do país.
De acordo com estimativas do FMI de Outubro último, a economia moçambicana poderá acrescer 7% este ano, para depois abrandar para 5% no ano 2024.
No princípio deste mês, o Governo de Moçambique referiu que a economia nacional cresceu 4,4% nos primeiros nove meses deste ano. Entretanto, no Plano Económico e Social e no Orçamento de Estado deste ano, bem como na proposta para o próximo, o Governo projecta que a economia nacional cresça na ordem dos 5% e 5,5% em 2024.
Para os próximos três anos, excluindo o Gás Natural Liquefeito (GNL), o regulador do sistema financeiro moçambicano perspectiva que haja manutenção de um crescimento económico moderado em Moçambique, apesar dos riscos e das incertezas associadas aos impactos dos prováveis eventos climáticos recorrentes no país na produção agrícola e em infra-estruturas diversas.
Além disso, o Banco de Moçambique alerta para o surgimento de novos riscos e de novas incertezas na economia moçambicana associados às projecções da subida do nível geral de preços, com destaque para o potencial impacto do actual conflito no Médio Oriente sobre os preços internacionais de combustíveis e produtos alimentares.
Embora já esteja a exportar gás natural, Moçambique continua a depender de outros países para ter acesso a combustíveis diversos, incluindo o gás de cozinha. Diante dessa conjuntura de riscos e incertezas no país, o Comité de Política Monetária do banco central, reunido nesta Quarta-feira, 29, decidiu manter a taxa de juro de política monetária, denominada taxa MIMO, em 17,25 %.
De acordo com o organismo, em Outubro, a inflação anual em Moçambique aumentou para 4,8 %, depois de 4,6 % em Setembro, evolução explicada fundamentalmente pelo aumento dos preços de alimentos e bebidas alcoólicas.
“Para o médio prazo, mantêm-se as perspectivas de uma inflação de um dígito, reflectindo, sobretudo, a estabilidade do Metical e o impacto das medidas que vêm sendo tomadas pelo Comité de Política Monetária”, prevê o regulador do sector financeiro moçambicano.
Entretanto, o Banco de Moçambique volta a alertar para os altos níveis de endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, que este ano se situa em 334,4 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 59,3 mil milhões face a Dezembro de 2022.
*Rodrigo Oliveira