Emae de São Tomé e Príncipe admite dívida de dois milhões de euros à empresa turca Tesla STP

A Empresa de Água e Electricidade (Emae) de São Tomé e Príncipe admitiu que deve cerca de dois milhões de euros à empresa turca Tesla STP e alertou prejuízo ao Estado. "Em relação às dívidas, pelas nossas contas, e que felizmente também coincidem com as contas do Tribunal de Contas, eles dizem que o Estado…
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Deduzido o valor da dívida que dizem ter, temos apenas uma dívida de 2.854.000 euros. Esta é a dívida que nós entendemos existir hoje", admite o director-geral da Emae, Raúl Cravid.
Economia

A Empresa de Água e Electricidade (Emae) de São Tomé e Príncipe admitiu que deve cerca de dois milhões de euros à empresa turca Tesla STP e alertou prejuízo ao Estado.

“Em relação às dívidas, pelas nossas contas, e que felizmente também coincidem com as contas do Tribunal de Contas, eles dizem que o Estado deve-lhes uma média de sete milhões de euros, mais ou menos coisa. Se nós deduzirmos os pagamentos feitos, incluindo uma caução de 1.300.000 euros, que também foi directamente à conta da Tesla STP, dos pagamentos feitos temos um total de 4.148.000 euros. Deduzido o valor da dívida que dizem ter, temos apenas uma dívida de 2.854.000 euros. Esta é a dívida que nós entendemos existir hoje”, declarou o director geral da Emae, Raúl Cravid.

Numa conferência de imprensa, o director geral da empresa estatal reagiu ao comunicado que a Tesla STP divulgou, em que anunciava que ia interromper as operações no sector energético do país a partir de Quinta-feira, alegando que o Estado lhe deve 7,5 milhões de euros, valores actualmente contrariados pela Emae.

Por outro lado, indicou que, em Dezembro de 2024, remeteu uma carta ao Governo alertando “para algumas situações menos boas” que constatou no contrato assinado com a Tesla STP, que podem ser “interpretadas como lesivas”, tal “como diz o Tribunal de Contas”.

Segundo Raúl Cravid, a Emae voltou a remeter esta mesma carta em Janeiro de 2025 ao actual Governo.

“Posto isto, o Tribunal de Contas fez o seu trabalho e constatou, felizmente, as mesmas coisas que nós já alertámos aos governos”, reiterou.

Entretanto, o director-geral explicou que, a dívida para com a empresa “já vem de 2023, por isso não pode ser uma dívida que se imputa apenas a este Governo”.

Raúl Cravid esclareceu ainda que, “além daquilo que a Tesla STP factura na base da produção instalada, e não na energia efectivamente produzida e entregue, a Emae também tem que entregar combustível à Tesla STP para poderem produzir e fornecer energia”.

“Nisto, devo dizer-vos que, só em combustível, a Emae, de Dezembro de 2023 a Abril de 2025, gastou com a Tesla mais de 17 milhões de euros”, lamentou.

De acordo a Lusa, Raúl Cravid disse compreender que a suspensão do fornecimento de energia é um direito que “assiste” à Tesla STP.

No entanto, “a Emae será forçada a fazer uma racionalização” pelo menos durante 60 dias “do fornecimento de energia, até que se encontre soluções para suprir esta carência de electricidade que pode efectivamente acontecer caso a Tesla STP avance com esta decisão que anunciaram publicamente”, lamentou.

 

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