O embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, que o país tem um potencial imenso para o desenvolvimento do surf e poderia até acolher um campeonato dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A propósito da estreia do documentário “Virei”, que acompanha surfistas portugueses e angolanos na descoberta das ondas do país lusófono, Francisco Alegre Duarte destacou as condições naturais excepcionais de Angola para a prática do surf.
“O potencial é imenso”, afirmou, recordando que tem tido oportunidade de descobrir o surf em Angola durante a sua missão diplomática.
O diplomata considera essencial desmistificar a imagem de Angola como um país “difícil, hostil e perigoso”, frequentemente retratado desta forma em alguns filmes que apresentam os surfistas como aventureiros destemidos em ambientes inóspitos, ao contrário de “Virei” que não pretende ser também um mero “panfleto turístico”.
“Virei”, realizado por Gustavo Imigrante, junta no ecrã Tiago Pires, consagrado surfista português, Joana Schenker, campeã mundial de bodyboard, e Samuel Januário “Quintino”, jovem campeão nacional de surf de Angola num filme em que o embaixador português destaca a “fraternidade” que se criou entre os três companheiros de ondas.
Francisco Alegre Duarte acredita que o documentário poderá atrair a atenção dos amantes do surf pelos “sítios fantásticos” que apresenta, com “ondas fabulosas sem ninguém”.
“Isso é o sonho de qualquer surfista. Há quem pague muito dinheiro para viajar milhares de quilómetros até destinos como a Indonésia ou as Maldivas e não encontra ondas desta qualidade, [em praias] completamente vazias”, disse.
O embaixador, citado pela Lusa, lembrou ainda o impacto económico do surf, referindo que, em Portugal, o turismo ligado à modalidade já representa 500 milhões de euros anuais e sustenta milhares de empregos diretos e indiretos. “Cidades como Nazaré, Ericeira, Peniche ou Sagres vivem essencialmente desta indústria”, apontou.