O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que a instabilidade no país é em parte causada pela fragilidade do sector privado, que, segundo ele, carece de capacidade para dinamizar a economia e criar emprego. As declarações foram feitas na abertura da 10.ª edição da conferência “Salão de Bancos e Pequenas e Médias Empresas” da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA), em Bissau.
Embaló sublinhou a importância de um sector privado robusto para melhorar as condições sociais e económicas dos países da UEMOA, que inclui Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo. Ele destacou que a falta de oportunidades no sector privado contribui para que muitos guineenses aspirem exclusivamente a cargos públicos, como ministro ou diretor-geral, por ser uma das poucas vias de estabilidade financeira.
O Presidente Guineense expressou a sua intenção de promover um sector privado sólido, alinhado com as políticas de Estado, que permita aos cidadãos transitarem entre funções públicas e privadas de forma sustentável. “Se tivermos um sector privado forte, funcional, uma pessoa sai como ministro e vai para o sector privado onde pode ganhar mais”, afirmou.
O evento, que reúne governantes, banqueiros e empresários dos oito países da UEMOA, terminará com a adoção de um documento orientado para fortalecer a cooperação entre os Estados e o setor privado. Embaló acredita que a conferência é uma oportunidade para mostrar o potencial da Guiné-Bissau aos investidores internacionais, afirmando que sem investimento externo o país “continuará na agonia”.