Devido às consequências da pandemia da covid-19 no movimento aéreo, a empresa pública cabo-verdiana Aeroportos e Segurança Aérea (ASA) teve uma perda de 8,5 milhões de euros em 2021, quase metade face ao ano anterior.
De acordo com a Lusa, o relatório e contas de 2021 da ASA, empresa que gere os quatro aeroportos e três aeródromos do país, registou um resultado líquido negativo de 928,9 milhões de escudos (8,5 milhões de euros), uma recuperação de 48% face aos prejuízos de mais de 1.771 milhões de escudos (16,1 milhões de euros) em 2020.
Aeroportos e Segurança Aérea reconhece que se tratou de um ano com sinais da retoma lenta e gradual dos sectores dos transportes aéreos e do turismo, marcado também por políticas da contenção dos gastos, evidenciando um aumento do volume de negócios em 8% face a 2020, para quase 2.658 milhões de escudos (24,3 milhões de euros), mas ainda bastante distante face a 2019, antes da pandemia, quando a empresa faturou mais de 6.683 milhões de escudos (61 milhões de euros).
No documento, o parecer do conselho fiscal sublinha que o activo da ASA é financiado 31% por capital próprio e 69% com capital alheio, pelo que a empresa perdeu nos últimos anos o elevado poder negocial que detinha para a contratação de novos financiamentos.
Em Julho deste ano, o governo cabo-verdiano assinou um contrato de concessão com o grupo Vinci, por 40 anos e 80 milhões de euros, para gestão dos aeroportos e aeródromos do país, mantendo a ASA a gestão do tráfego aéreo.
Antes das consequências, em 2019, com a implementação das restrições, o arquipélago registou um recorde de 819 mil turistas, a ASA tinha contabilizado lucros de quase 2.402 milhões de escudos (21,9 milhões de euros).
“Apesar de se ter mantido um conjunto alargado de medidas de contenção de gastos e investimentos, os efeitos da redução acentuada da actividade refletiram-se de forma significativa na performance financeira da ASA em 2021”, referencia o relatório e contas da empresa.