Empresário angolano defende fortalecimento das economias locais

“Há a necessidade de os promotores de negócios fortalecerem as economias locais e transformarem vidas através do empreendedorismo”, defendeu, em Luanda, o empresário angolano, Pinto Matamba, destacando a disciplina e a resiliência como "instrumentos importantes" para se alcançar o sucesso nos negócios. Ao partilhar a visão sobre os desafios do mercado, o fundador da Kiyamata…
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Pinto Matamba considera que o investimento em agricultura, turismo e indústria devia engajar mais a população, especialmente no aumento da produção de alimentos em Angola.
Economia

“Há a necessidade de os promotores de negócios fortalecerem as economias locais e transformarem vidas através do empreendedorismo”, defendeu, em Luanda, o empresário angolano, Pinto Matamba, destacando a disciplina e a resiliência como “instrumentos importantes” para se alcançar o sucesso nos negócios.

Ao partilhar a visão sobre os desafios do mercado, o fundador da Kiyamata Business Center – empresa do sector da construção civil e arquitectura – disse que a disciplina ajuda a superar os obstáculos impostos pelo contexto macroeconómico adverso, permitindo alcançar as metas de forma exitosa. “Acreditar é o primeiro passo para a mudança. Ao acreditar em seus países e investirem em suas comunidades, eles não só constroem negócios, mas também promovem um futuro mais próspero para todos”, frisou.

Para Pinto Matamba, os problemas não resultam apenas da falta de conhecimento ou de experiência dos promotores económicos, mas também da adopção de uma mentalidade focada, adaptável e responsável. “Os empresários devem ser resilientes para persistir em meio as adversidades”, disse, acrescentando que a crença na viabilidade dos negócios “é fundamental” para alcançar o sucesso no mercado.

O jovem empresário lembrou que um investidor ou empreendedor que não acredita no mercado onde actua dificilmente conseguirá captar clientes e parceiros, cenário que pode levar à falência. Por isso, Pinto Matamba realçou que “empreender em Angola é uma jornada cheia de altos e baixos”, o que requer preparação para enfrentar os desafios com determinação e fé no próprio potencial.

“O sucesso começa com a crença genuína no mercado em que se deseja investir. Os empresários que não acreditam no potencial das comunidades em que estão inseridos estão, em muitos casos, destinados ao fracasso. Em África, as oportunidades são imensas e os desafios, portanto, significativos, mas a resiliência e a criatividade dos empreendedores são factores-chaves para a transformação das comunidades”, referiu o homem de negócios.

Citando um relatório do Banco Mundial, sobre as oportunidades de negócios no continente ‘berço’, Pinto Matamba realçou que em 2020 cerca de 22% da população africana adulta estava envolvida em actividades empreendedoras. “Dados recentes mostram que o continente africano possui um dos ambientes de crescimento mais dinâmicos do mundo. Além disso, segundo a McKinsey, o sector de tecnologia da informação e comunicação pode gerar até 180 biliões de dólares em receitas até 2025”, apontou.

O mercado angolano, sublinhou, é complexo e em evolução, com uma economia fortemente dependente do petróleo e diamantes, o que a torna vulnerável a flutuações de preços.

Entretanto, em declarações à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, reconheceu haver “esforços visíveis por parte do Governo para a diversificar da economia”, embora o investimento em agricultura, turismo e indústria devia engajar mais a população em geral, especialmente no aumento da produção de alimentos.

“O ambiente de negócios reserva preocupações, ainda com muitos desafios. A aposta em infra-estrutura desacelerou. No entanto, a sua retomada é crucial para a melhoria do ambiente de negócios”, advogou.

A pandemia de Covid-19, segundo o empresário, impactou negativamente a economia, sendo que a recuperação continua lenta, “embora sejam animadoras as perspectivas do Orçamento Geral do Estado para o ano 2025”.

Os esforços para diversificar a economia, referiu, são visíveis e animadores, com investimentos em sectores como agricultura, turismo e indústria. “O Governo tem promovido iniciativas para estimular o empreendedorismo e a produção nacional”, apontou.

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