Empresários moçambicanos ‘de olho’ na indústria açucareira angolana

A Embaixada de Moçambique em Angola e a Agência de Promoção de Investimento e Exportação (APIEX) do país do índico avançam que vários empresários moçambicanos têm manifestado o interesse de explorar a indústria angolana e apontam para já as quatro açucareiras locais como ponto de partida desta empreitada transnacional. A ‘boa-nova’ e os anseios do…
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Primeira-secretária da embaixada de Moçambique em Luanda revelou à FORBES que empresários moçambicanos estão atentos a vários sectores da economia angolana, com destaque para o Turismo e indústria.
Negócios

A Embaixada de Moçambique em Angola e a Agência de Promoção de Investimento e Exportação (APIEX) do país do índico avançam que vários empresários moçambicanos têm manifestado o interesse de explorar a indústria angolana e apontam para já as quatro açucareiras locais como ponto de partida desta empreitada transnacional.

A ‘boa-nova’ e os anseios do empresariado moçambicano foram apresentados em exclusivo à FORBES ÁFRICA LUSOFONA pela primeira-secretária daquele órgão diplomático, Célia Mindu Milhovo, nesta Sexta-feira, 03, na 36ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA).

Segundo a responsável, Moçambique tem muito para oferecer a Angola, tendo apontado as quatro indústrias açucareiras do país e a sua costa marítima “repleta de boas praias”, como mecanismos de os dois países lusófonos explorarem as oportunidades de negócio entre ambos.

“Temos aqui na Feira Internacional de Luanda uma das potencialidades que o país tem, que é a produção de açúcar. Temos em Moçambique quatro açucareiras, que vale a pena consumir. Temos também aqui as nossas capulanas, que mostram aquilo que é tradição do nosso país, ao nível da zona Norte, Centro e Sul. Usamos de diferentes formas a capulana”, descreveu a diplomata moçambicana.

À FORBES Célia Milhovo disse não haver nenhuma empresa moçambicana no terreno, mas que “estas estão na FILDA representadas pela APIEX Moçambique”, órgão de promoção de investimento e exportação do país, que fala em nome de todos os investidores moçambicanos e das suas potencialidades.

Para já, só falta a subscrição pelo Executivo angolano do Acordo de Comércio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês) para que, de acordo com Célia Milhovo, os negócios moçambicanos nos domínios turísticos e industriais, cheguem a Angola.

“Vontade existe, sim, de investir em Angola, mas tudo também depende da assinatura do protocolo do comércio ao nível da SADC, que, julgo eu, que o país [Angola] ainda não aderiu. E isso de certa forma também poderá alavancar as trocas comerciais entre os dois países e a nível da SADC”, apontou a responsável.

Questionada sobre as vantagens que Angola pode absorver com os empresários moçambicanos ou das potencialidades do país, Milhovo diz não ter dúvidas de que o facto de o país ter novas empresas em vários sectores de actividade, com destaque para o de exploração petrolífera, energética e gás, sectores em que Angola é uma potencia africana, Moçambique podia ser uma “mais-valia” no que à mão-de-obra diz respeito.

Do lado de Angola, prossegue Célia Milhovo, o país podia transferir as suas experiências no campo de exploração petrolífera. “Uma vez que Angola é uma das potencias ao nível da África Austral e de África no seu todo, em termos de produção de petróleo, em termos de produção do gás, e como sabe que em Moçambique estamos agora também no âmbito da prospecção, seria uma mais-valia as trocas de experiências entre os dois países”, apontou a responsável.

Apesar de não estar representada com uma empresa em concreto, Moçambique tem um Stand na FILDA 2021, com as marcas da sua embaixada em Angola e da Agência de Promoção de Investimento e Exportação do país.

Nesta 36ª edição do certame, o país expõe, entre outras potencialidades, o açúcar produzido por suas quatro açucareiras, os tradicionais tecidos capulanas – usados nas zonas Norte, Centro Sul de Moçambique -, além da castanha de caju e cervejas, como descreveu a primeira secretária da embaixada daquele país.

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