Empréstimos da banca angolana não vão crescer mais do que 2,5% este ano, antevê Fitch Solutions

Os empréstimos bancários do mercado angolano deverão fechar os 12 meses de 2021 a registar um crescimento de apenas 2,5% e 6,2% em 2022, uma revisão em baixa face ao total de 4,5% e 8,2%, respectivamente, previsto anteriormente, de acordo com um estudo dos peritos da consultora Fitch Solutions, enviados aos investidores dos mercados. A…
ebenhack/AP
Consultora revê em baixa situação creditícia da banca angolana para 2021. Se as previsões anteriores eram 4,5%, este ano quadro não deve ultrapassar os 2,5%, por conta da estabilidade cambial.
Economia

Os empréstimos bancários do mercado angolano deverão fechar os 12 meses de 2021 a registar um crescimento de apenas 2,5% e 6,2% em 2022, uma revisão em baixa face ao total de 4,5% e 8,2%, respectivamente, previsto anteriormente, de acordo com um estudo dos peritos da consultora Fitch Solutions, enviados aos investidores dos mercados.

A revisão em baixa da situação dos empréstimos no mercado bancário angolano é justificada, no documento, com a progressão da taxa de câmbio, que, nos últimos meses, se tem mostrado estável face às principais divisas internacionais, nomeadamente o dólar e o euro.

Para os peritos, “um kwanza estável no resto deste ano e em apreciação em 2022 actuará como limitador do crescimento do crédito”, refere o documento enviados aos investidores, citado pela agência Lusa.

“Prevemos que, depois de uma contração de 2,4% em 2020, os empréstimos dos bancos aos clientes em Angola cresçam 2,5% em 2021 e 6,2% em 2022, o que é uma revisão em baixa face aos 4,5% e 8,2%, respetivamente, previstos anteriormente”, lê-se num comentário à situação da banca em Angola.

Há muito que os bancos angolanos têm optado mais por ceder empréstimos ao Estado do que a privados, com argumento das taxas de rendibilidade e redução de riscos de incumprimento. A Fitch Solutions projecta, assim, que a banca “mude o foco do sector público para o sector privado neste e no próximo ano”, pelo que aponta que a rentabilidade do sector deve melhorar nos próximos trimestres.

Os analistas apontam, isto é, para sustentar a actualização da previsão sobre o volume de empréstimos, o abrandamento do crescimento do crédito de 7,9% em Agosto para 1,3% em Setembro. E explicam com a “maior estabilidade do kwanza, que é também responsável pela previsão abaixo da média entre 2012 e 2019 de 9,2%, que estará acima da estimativa para este e o próximo ano”.

Também a apreciação antecipada do kwanza para os próximos meses, para 600 kwanzas por dólar até final do ano, influencia os valores dos empréstimos em moeda estrangeira, que valem cerca de um terço das operações de crédito em Angola. “Acreditamos que um kwanza estável no resto do ano e apreciando-se moderadamente para uma média de 588 kwanzas por dólar em 2022 vai continuar a limitar o crescimento do crédito”, concluem os analistas.

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