ESA aposta na produção de agrominerais em Angola

A ESA – Engineering Services Angola, Lda – está a apostar fortemente na produção e consequente disponibilização de agrominerais em Angola, um trabalho iniciado em 2016, segundo garantiu recentemente o seu director-geral, Eduardo Neto. Com longa tradição na área da indústria extrativa, muito mais virada para o sector da construção, fruto das necessidades económicas de…
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Engineering Services Angola tem instaladas, nas províncias de Malanje e do Cuanza-Sul, duas unidades de produção de agrominerais, onde está a desenvolver anteprojectos para aumentar a produção.
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A ESA – Engineering Services Angola, Lda – está a apostar fortemente na produção e consequente disponibilização de agrominerais em Angola, um trabalho iniciado em 2016, segundo garantiu recentemente o seu director-geral, Eduardo Neto.

Com longa tradição na área da indústria extrativa, muito mais virada para o sector da construção, fruto das necessidades económicas de Angola, sobretudo agrícolas, a empresa vira-se também agora na criação de condições para aumentar a produção de agro-minerais.

“Temos feito um investimento e desenvolvimento franco naquilo que é a criação das condições para aumentarmos a produção e a qualidade dos agro-minerais, dos fertilizantes minerais simples que queremos disponibilizar para o desenvolvimento da agricultura no país”, garantiu o gestor aos jornalistas, no final da assinatura de um Memorando de Cooperação Tecnico-científica com o Instituto Geológico de Angola (IGEO).

O documento visa estabelecer bases para a cooperação no âmbito da colaboração das áreas técnico-científicas das geociências, nomeadamente troca de informação científica, realização de missões conjuntas, colaboração em actividades de pesquisas geológicas e investigação geo-científica.

Pelo IGEO rubricou o Memorando o seu PCA, José Manuel, que considerou “muito importante” a colaboração com uma empresa que tem foco na exploração de recursos minerais para a agroindústria.

“O acordo vem estabelecer a relação já existente entre as duas instituições, para confirmar o casamento dos seus trabalhos conjuntos. A parceria entre o IGEO e a ESA não está limitada, é para tudo aquilo que for necessário, não há barreiras na cooperação”, clarificou o presidente do Instituto geológico de Angola.

Por sua vez, Eduardo Neto, referiu que a relação com IGEO permiti-lhes fazer o caminho mais rápido. “É importante que se partilhe, que se divulgue o potencial que existe no IGEO, quer do ponto de vista do know-how, quer mesmo do ponto de vista das instalações e da tecnologia. Portanto, hoje temos em Angola um conjunto de recursos que durante muitos anos teríamos de recorrer ao exterior para conseguir obter este estudo, esta caracterização. Com este protocolo, com este Memorando de Cooperação vamos fazer este crescimento mais rápido”, considerou.

A ESA tem instaladas no país duas unidades de produção de agro-minerais – uma na região Norte e outra no Sul –, concretamente nas províncias de Malanje e do Cuanza-Sul, onde, neste momento, avança o seu director, está a desenvolver ante-projectos para permitir aumentar a produção e diversificar a forma como disponibiliza os produtos, não só a granel, mas também ensacado.

“Neste momento estamos com uma produção residual se compararmos com uma realidade, por exemplo, com aquilo que é a necessidade no mercado como é o Brasil, mas estamos a investir”, notou.

Segundo revelou, em norma, um projecto desta natureza facilmente consome entre 4 milhões a 5 milhões de dólares de investimento, para uma produção na ordem das 150 mil a 200 mil toneladas por ano, chegando a empregar entre 30 a 40 pessoas.

Sobre o período de maturação, Neto disse depender daquilo que é a capacidade do mercado em remunerar o produto que lhe é disponibilizado. “Obviamente que neste momento vivemos um período desafiante, sob ponto de vista do investimento, porque grande parte da tecnologia tem de ser comprada no exterior. Estamos a falar de equipamentos e de tecnologias e, naturalmente, que isso vai prolongar o payback desses projecto”, perspectivou. “Mas isso não nos desencoraja, porque constatamos que é uma necessidade efectiva hoje de Angola”, afirmou.

Eduardo Neto, fez saber que estão em curso trabalhos de proximidade envolvendo projectos agrícolas de várias fazendas, consubstanciados no estudo e caracterização dos solos, para se determinar as reais necessidades do país em agro-minerais e de que forma é que isso deve ser implementado, um dado que não se tem ainda disponível.

“O mundo tem nos mostrado a todos que a autonomia alimentar é cada vez mais importante no ponto de vista geoestratégico de qualquer país no mundo e, portanto, Angola tem um enorme potencial agrícola. Potencial não significa directamente produtividade”, sublinhou.

O líder da Engineering Services Angola falou, por isso, da necessidade da correcção dos solos para permitir, com o mesmo nível de esforço, ter um nível de produtividade distinto. “portanto, queremos estar na linha da frente nesse desenvolvimento”, assumiu.

*Napiri Lufánia

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