Estabilidade social e boa governação, são as chaves para o futuro de Angola – CEDESA

O Centro de Estudos para o Desenvolvimento Económico e Social de Angola (CEDESA) considera que o futuro do país está intrinsecamente ligado à estabilização social e à qualidade da governação. Num documento consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, a rede de investigadores sublinha que a coesão social é hoje o maior desafio transversal do país. O…
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Com o desemprego juvenil acima de 30%, sem instituições sólidas e lideranças transparentes, o desenvolvimento económico do país continuará vulnerável e instável, alerta o Centro de Estudos para o Desenvolvimento Económico e Social de Angola.
Economia

O Centro de Estudos para o Desenvolvimento Económico e Social de Angola (CEDESA) considera que o futuro do país está intrinsecamente ligado à estabilização social e à qualidade da governação. Num documento consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, a rede de investigadores sublinha que a coesão social é hoje o maior desafio transversal do país.

O desemprego juvenil, que se mantém em torno dos 32%, representa um dos maiores entraves ao desenvolvimento e exige políticas públicas mais eficazes para a integração dos jovens no mercado de trabalho.

De acordo com a análise, sem uma base sólida de inclusão social e boa governação, qualquer avanço económico permanece frágil e exposto a retrocessos. Para construir uma economia diversificada, resiliente e inclusiva, Angola precisa ir além dos indicadores macroeconómicos e assegurar o acesso equitativo a bens e serviços essenciais, como educação, habitação, água potável e energia, considera o CEDESA.

“Os investimentos em infra-estruturas, energia, mineração e educação têm potencial para criar milhares de postos de trabalho, mas é indispensável que estes sejam sustentáveis e equitativamente distribuídos”, lê-se no documento.

A investigação coloca a boa governação no centro da transformação necessária, defendendo uma governação tecnicamente competente, livre de clientelismos, aberta à inovação e ao escrutínio público, capaz de servir a população com transparência e responsabilidade.

O estudo alerta ainda que o progresso sustentável não pode ser alcançado através de “sistemas autoritários ou estruturas moldadas por interesses partidários e familiares”. Pelo contrário, a construção de um futuro sólido para Angola exige instituições robustas, lideranças visionárias e uma estratégia que coloque o cidadão no centro das decisões políticas e económicas.

“O futuro de Angola dependerá da capacidade de romper com velhos vícios, enfrentar os desafios com realismo e determinação, e cultivar uma cultura política que valorize o mérito, a participação democrática e a justiça social. Só assim será possível consolidar os alicerces de um desenvolvimento duradouro e transformador”, conclui o CEDESA.

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