O economista Rui Malaquias defendeu nesta Sexta-feira, 15, em Luanda, que o Estado angolano precisa deixar de recorrer ao sistema financeiro para se financiar e, deste modo, permitir com que os bancos não tenham outra opção senão emprestar às famílias e às empresas.
“A melhor forma de libertar a nossa economia é fazer com que o Estado deixe de precisar recorrer ao sistema financeiro para se financiar para que, de facto, os bancos não tenham outra opção senão emprestarem às famílias e às empresas. O Estado precisa de arrecadação e para haver arrecadação é preciso haver investimento privado estrangeiro”, defendeu o especialista.
Segundo o economista, que participava do painel “Avanços e Recuos – Perspectivas de Desenvolvimento Sustentável da Economia Nacional” do Fórum Banca e Seguros 2025, promovido pela AJECO – Associação dos Jornalistas Económicos de Angola, ao recorrer às instituições bancárias para se financiar, os Estado apresenta-se como um concorrente de peso das empresas e das famílias, que acabam por ter pouco para arrecadarem em empréstimos bancários.
“Actualmente, não podemos pedir empréstimo aos bancos porque a forma como as nossas instituições são vistas e a credibilidade que nós próprios transmitimos faz com que a própria banca tenha receio em emprestar às empresas e famílias, ficando acomodada em emprestar ao Estado”, acrescentou também Rui Malaquias.
A forma como as instituições publicitam nas redes sociais, referiu Malaquias, é muito importante para atrair investimento da banca.
Entretanto, o economista salientou também que as instituições têm de ter a capacidade de conseguir atrair investimento privado estrangeiro, sendo que, a seu ver, “isso faz-se com diplomacia”.