O Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, afirmou que o país regista um crescimento gradual e sustentado, num contexto em que o Governo tem vindo a trabalhar para assegurar o pagamento regular de salários da função pública, restaurar a confiança dos investidores e consolidar as bases para um desenvolvimento económico sustentável e inclusivo. Na sua leitura, o actual estado da Nação é marcado por uma “confiança renovada”.
O Chefe do Estado falava durante a apresentação do estado geral da nação, na Assembleia da República, onde fez uma radiografia detalhada dos últimos 11 meses de governação, incluindo as deslocações presidenciais internas e internacionais, bem como as principais linhas de acção do Executivo.
Entre os destaques apresentados constam inaugurações de infra-estruturas económicas e sociais e compromissos de investimento avaliados em cerca de 75 mil milhões de dólares — um montante equivalente a quase três vezes o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique, estimado em cerca de 19 mil milhões de dólares. O dado surge como um sinal político relevante de reposicionamento do país no radar dos investidores, ainda que o desafio central continue a ser a materialização efectiva desses projectos.
“Quando comparamos os primeiros meses deste ano com a realidade que hoje vivemos, não temos dúvidas em afirmar que o estado da nação é de confiança renovada, rumo a um desenvolvimento sustentável e inclusivo”, afirmou Daniel Chapo, sublinhando a importância da estabilidade institucional para a retoma económica.
Segundo o Presidente, os progressos alcançados foram possíveis graças à resposta da sociedade moçambicana, assente em valores como a paz, a tolerância, o perdão, a união e, sobretudo, o trabalho, num período marcado por fortes tensões políticas e sociais.
“Hoje, os moçambicanos orgulham-se de um país que resistiu, que se reergueu e que voltou a caminhar com confiança; um Estado onde se trabalha em paz e com sentido de missão […]”
De acordo com uma nota publicada no portal oficial do Governo, o compromisso político para um diálogo nacional inclusivo, lançado em Março deste ano, “surgiu na sequência das manifestações pós-eleitorais violentas, ilegais e criminosas convocadas pelo ex-candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane”. Chapo afirmou que esse processo foi determinante para viabilizar a reconstrução de infra-estruturas públicas e privadas afectadas pelos distúrbios.
“Foi com trabalho que reconstruímos escolas destruídas, quando deveriam acolher crianças; que reerguemos hospitais vandalizados, quando deveriam salvar vidas; que recuperámos infra-estruturas administrativas queimadas, quando deveriam servir o público”, declarou o chefe do Estado.
Apesar dos sinais de recuperação e estabilização, o Executivo reconhece que o país continua a enfrentar desafios estruturais relevantes, nomeadamente a pobreza persistente, o desemprego, o défice habitacional, as insuficiências no sistema de transportes públicos e os níveis de criminalidade, factores que condicionam a qualidade de vida da população e o ritmo do crescimento económico.
Ainda assim, Daniel Chapo sustenta que Moçambique atravessa uma fase de reconstrução e afirmação institucional. “Hoje, os moçambicanos orgulham-se de um país que resistiu, que se reergueu e que voltou a caminhar com confiança; um Estado onde se trabalha em paz e com sentido de missão; uma República que desperta o talento dos jovens e uma pátria determinada a vencer”, concluiu.
O regimento da Assembleia da República estabelece que o Presidente da República deve dirigir-se periodicamente à nação para apresentar, através dos deputados, o informe sobre o estado geral do país.
