Exclusivo: “Acreditamos que até ao fim de 2025 conseguimos estar na bolsa” – PCA da Protteja Seguros

Em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o presidente do conselho de administração da Protteja Seguros, Kianda Troso, falou do futuro de uma empresa que tem o seu 'ponto forte' no petróleo & gás, mas olha para a diversificação como necessária. A entrada na bolsa de valores está a ser preparada. Como olha para o sector…
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Com 10 anos de mercado em Angola, a Protteja seguros posiciona-se como empresa de médio porte que, por questões de eficiência, tem foco no sector “não vida”. PCA fala à Forbes das grandes ambições.
Economia Negócios

Em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o presidente do conselho de administração da Protteja Seguros, Kianda Troso, falou do futuro de uma empresa que tem o seu ‘ponto forte’ no petróleo & gás, mas olha para a diversificação como necessária. A entrada na bolsa de valores está a ser preparada.

Como olha para o sector dos seguros?

Com muito potencial para crescer e condizente com as condições necessárias para que a Proteja, que já tem crescido ao longo destes anos de mercado, possa crescer ainda mais.

Qual o principal foco da protteja para 2024?

Para 2024 queremos começar a implementar um plano ambicioso que vai assentar na disponibilização de micro seguros. Um pacote que pensamos que vai ser o nosso diferencial.

O que vai exactamente ser esse micro seguro e quanto vai custar?

Um pacote de seguro que pode conter saúde, funeral e outros dos mais requisitados, com preços que ainda estamos a calibrar, mas que não devem passar dos 8 mil kwanzas ao mês.

Porquê micro seguros?

Porque entendemos que os recursos e as necessidades não estão apenas com as grandes empresas, mas também com as famílias. Além do mais, temos de diversificar e olhamos para este segmento como boa alternativa.

Ouvindo-o falar fica claro que é um projecto que exige muita aproximação aos consumidores. Como se vai, na prática, processar a implementação destes micro seguros?

Vamos procurar alinhar a eficiência e a tecnologia de modo a sermos eficazes na chegada aos potenciais consumidores dos serviços.

Falou de preços na casa dos 8 mil kwanzas. Não arrisca comprometer a rentabilidade em nome da popularidade?

Não. Os produtos específicos que vão compor o micro seguro são itens muito procurados, mas com níveis baixos de sinistralidade, logo, apesar do risco, julgamos compensar.

“Metemos fé de que esta estratégia nos venha ajudar a alcançar um crescimento de 20% ao ano, de agora até 2026.”

Este será o ‘carro-forte’ da Protteja daqui em diante?

Como disse antes, acreditamos que este pode vir a ser o nosso diferencial no mercado. Mas além disso, metemos fé de que esta estratégia nos venha ajudar a alcançar um crescimento de 20% ao ano, de agora até 2026.

Ficou claro que a Protteja vai partir para uma nova fase neste ano. Mas já havia Protteja antes disso. Qual era o principal nicho de mercado da vossa entidade?

O nosso principal mercado sempre foi o óleo e gás. Temos soluções diferenciadas. Posso dizer que é neste sector em que somos fortes por agora.

Quando diz óleo e gás, fala da petroquímica?

Não. A petroquímica refere as sondas e a actividade de exploração propriamente dita. Óleo e gás refere as estruturas de apoio à exploração. Vimos aí oportunidade e focamos em aproveitar.

Mesmo não sendo exactamente petroquímica, trata-se de um segmento muito concorrido, já que também movimenta muito dinheiro. Como uma entidade de pequeno ou médio porte como a Protteja consegue se manter nessa luta que envolve gigantes?

Com boas estratégias de gestão, cosseguros e provisões.

A eminente venda da ENSA é certamente o assunto do sector. Podemos vir a ter a Protteja a concorrer pela compra de um pedaço da seguradora até então pública?

Tudo é possível. Depende de como acontece e das circunstâncias em que acontece.

A Bolsa de Dívidas e Valores (Bodiva)é uma alternativa de financiamento, mas além disso, é no fundo o próximo passo para toda e qualquer empresa. Acredita que podemos vir a ter empresas do sector cotadas?

Acredito sim. Temos empresas robustas. Penso que até 2026 teremos uma empresa dos seguros na bolsa.

E para quando a Protteja na Bodiva?

Estamos a trabalhar nisso. Temos o processo em andamento. Acreditamos que até ao fim do ano de 2025 conseguimos estar na bolsa.

Vai emitir acções ou obrigações?

Ainda nem sequer entramos. Na altura certa e em função dos objectivos se definirá a melhor forma de estar no mercado de capitais.

Qual o projecto específico que pensam financiar via bolsa?

Mais que financiar-se, olhamos para a ideia de estar na bolsa como sendo o melhor sinal de transparência que uma entidade pode dar.

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