O presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Álvaro Fernão, anunciou nesta Quarta-feira, 20, durante a apresentação do ponto de situação do Programa de Privatizações (PROPRIV) 2023-2026, a privatização de 30% do Banco de Fomento Angola (BFA), naquela que está a ser apontada como a maior operação em bolsa da história da Bodiva.
Numa curta entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o CEO da BFA Capital Markets, Odair Costa, diz que, enquanto líderes da operação, têm recebido solicitações de vários tipos de investidores.
Quais são as expectativas do BFA Capital Markets quanto ao sucesso da Oferta Pública de Venda (OPV) de 30% das acções do BFA que acaba de ser anunciada para Setembro?
Neste momento estamos focados em assegurar o cumprimento de todos os requisitos regulamentares, legais e operacionais para que possamos lançar a oferta [pública de venda] e que seja um marco para o emitente, para os oferentes e para o mercado de capitais angolano. Particularmente, como líder da operação, sentimos que todas as condições estão reunidas para que a oferta seja um sucesso.
Como está o banco a preparar-se, em termos de governance, transparência e regulação, para esta operação histórica de venda em Bolsa?
Este tema é crítico nas operações de mercado de capitais. No entanto, sendo o BFA um banco comercial, supervisionado e regulado pelo Banco nacional de Angola (BNA) e pela Comissão de Mercado de Capitais (CMC), acabou por ser mais fácil, pois o BFA já cumpria com a quase totalidade dos requisitos à CMC. Foi necessário fazer ligeiros ajustes em termos de estrutura e agora o BFA cumpre integralmente não só os requisitos legais e regulamentares, bem como as melhores práticas nacionais e internacionais.
“(…) sentimos que todas as condições estão reunidas para que a oferta seja um sucesso.”
Que critérios estão a ser considerados na definição do modelo de dispersão das acções?
Os critérios de dispersão estarão disponíveis no prospecto e só podem ser divulgados com a publicação deste documento. No entanto, o que podemos assegurar é que eles irão garantir a segurança, transparência e equidade entre todos os investidores. Adicionalmente, deverão estar alinhados com a prática que temos observado nas anteriores ofertas a nível do PROPRIV.
Considerando o actual contexto económico e a maturidade do mercado de capitais em Angola, qual é a sua leitura sobre o apetite dos investidores nacionais e estrangeiros pelas acções do BFA?
A OPV do BFA tem sido a operação mais aguardada do ano de 2025. A natureza do emitente, os seus resultados financeiros justificam um apetite enorme por parte de investidores nacionais e estrangeiros. Enquanto líderes da operação temos recebido solicitações de vários tipos de investidores, desde investidores individuais até investidores institucionais como grandes casas de investimento internacionais. Com estes sinais, acreditamos que temos tudo para que a operação siga na esteira do sucesso das anteriores.