As exportações de Angola para os Estados Unidos da América (EUA) continuam em queda, estando actualmente a rondar os 2,8 mil milhões de dólares, revelou à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA o presidente da Câmara de Comércio Americana em Angola (AmCham-Angola), Pedro Godinho. No sentido inverso, avançou o empresário, as exportações dos Estados Unidos da América rondam os 900 milhões de dólares, valor que considera insignificante.
“Do Produto Interno Bruto que foi em 2008, quando as trocas chegaram a 20,9 mil milhões de dólares, hoje estão a declinar, porque na altura Angola exportava maior parte da sua produção para os Estados Unidos. Naquela altura, Angola tinha exportado 18,3 mil milhões [de dólares] e EUA exportou 2,6 mil milhões [de dólares] para Angola”, lembrou.
O presidente da AmCham-Angola, que falava no final de um encontro de negócios realizado há dias, em Luanda, afirmou, no entanto, que 2023 foi um ano positivo, mas diz que o país está muito longe do ideal, dando exemplo do Quénia que retirou os vistos de entrada.
“É preciso estar atento a movimentação de outros países, temos que nos adaptar porque vivemos num mundo globalizado. Se nós decidirmos fechar, aqueles que estão abertos vão absorver todas as oportunidades e ficamos com os cintos apertados e sempre na situação económica em que nos encontramos”, advertiu o responsável.
Por conta da burocracia, afirmou, os investidores americanos continuam a desistir do mercado angolano, sublinhando que qualquer investidor internacional está preocupado com a estabilidade política e económica.
“Estávamos a desenvolver projectos fora da cidade de Luanda, e não muito longe, e no local não havia nem água, nem luz. Quer dizer, não há infra-estruturas”, desabafou Pedro Godinho.