As principais operações militares da guerra de agressão e civil de Angola, desde os primeiros confrontos em Luanda, antes da proclamação da Independência, até à conquista da paz, estão retratadas na exposição “Caminhos de Fogo, Horizontes de Paz”, inaugurada pelo Presidente da República, João Lourenço, nesta Quinta-feira, 30 de Outubro, em Luanda.
A exposição, situada na Casamata Central, do Museu Nacional de História Militar, é uma iniciativa sob coordenação da Casa Militar do Presidente da República, executada pelo Gabinete de Obras Especiais (GOE), no âmbito das celebrações dos 50 anos da Independência Nacional.
O acervo museológico interactivo militar, segundo uma nota da Presidência da República, retrata, de forma cronológica, as principais operações militares registadas no país entre 1975 e 2002, incluindo os esforços do Governo para expulsar forças invasoras, preservar a integridade territorial e consolidar a soberania nacional.
Ao discursar na abertura da exposição, o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, destacou que a iniciativa visa preservar a memória histórica das batalhas que marcaram o país, assim como promover a reflexão crítica sobre os impactos sociais, políticos e humanos dos conflitos armados.
A exposição visa ainda, acrescentou, valorizar os testemunhos das vítimas e combatentes, que viveram esse período, educar o público, especialmente as novas gerações, sobre os riscos da violência e a importância da paz, e celebrar o processo de pacificação, destacando os esforços de reconciliação e reconstrução nacional.
Francisco Furtado esclareceu que a ausência de registos, de cartas, mapas e outras fontes que se extraviaram depois destes anos todos de conflito armado levou a que o trabalho fosse começado quase do zero.
De acordo com o ministro de Estado, a estratégia passou por ouvir mais de uma centena de protagonistas dos diferentes cenários militares, ocorridos em Angola, durante mais de 27 anos para que, inicialmente, a partir dos seus depoimentos e mais tarde com as entrevistas, poder-se reconstituir os mapas de acções tácticas e cenários.
O resultado é uma exposição moderna e envolvente que alia conteúdos históricos a uma expografia e cenografia imersivas, utilizando recursos tecnológicos de última geração, sons, luzes e efeitos visuais para recriar o ambiente e o contexto do tempo retratado, disse o responsável.
“Cada detalhe foi pensado para proporcionar aos visitantes uma experiência sensorial e emocional, onde a história de Angola se manifesta de forma viva, despertando conhecimento, orgulho e esperança nas gerações presentes e futuras”, explicou.
O ministro de Estado adiantou que a exposição não é uma obra acabada. Antes pelo contrário, estão lançadas as sementes para que ela cresça cada vez mais, com a participação de outros entes da sociedade.
“Convidamos, por isso, Vossas Excelências a fazerem parte desta construção contínua, porque a história de Angola ainda está a ser escrita e esta exposição também”, sustentou.
Por sua vez, o director do Gabinete de Obras Especiais, Leonel Cruz, realçou que esta exposição representa aproximadamente 35 por cento do acervo documental disponível, dado que confirma a enorme capacidade de crescimento da exposição “Caminhos do Fogo – Horizonte de Paz”.
Leonel Cruz explicou também que o projecto mobilizou um vasto acervo documental, incluindo 50 mapas militares, 27 entrevistas com mais de 30 horas de gravação, num total de 75 depoimentos já recolhidos, além de dados provenientes dos órgãos públicos de comunicação social.
“Desta incursão inicial, e a julgar pelo potencial e complexidade dos seus conteúdos é possível afirmar que haverá, com certeza, bastante material por identificar e tratar”, referiu o responsável do Gabinete de Obras Especiais.





