A Embaixadora angolana Maria de Fátima Monteiro Jardim foi eleita nesta Sexta-feira, 18, por unanimidade Secretária Executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para o período 2025–2027, durante a 15.ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da organização, encerrada na capital da República da Guiné-Bissau.
A candidatura angolana foi apresentada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, que destacou a eleição como um sinal claro da confiança depositada na diplomacia angolana e na continuidade de uma liderança comprometida com os princípios fundacionais da CPLP: concertação político-diplomática, cooperação multissetorial e promoção da língua portuguesa como património comum.
O ministro sublinhou ainda que a escolha de Angola respeita o princípio da rotatividade alfabética, reforçando o compromisso de uma CPLP mais coesa, eficaz e próxima dos cidadãos.
Com um percurso reconhecido nacional e internacionalmente, Fátima Jardim exerceu funções de elevada responsabilidade no Governo de Angola, como Ministra das Pescas e do Ambiente, tendo representado o país nas negociações do Acordo de Paris durante a COP21. Foi também Vice-Presidente do Conselho da FAO, em representação do continente africano, e mais recentemente, Embaixadora de Angola na Itália.
A nova Secretária Executiva da CPLP é detentora do Prémio Lusofonia, distinção atribuída a figuras que promovem a língua portuguesa, a cultura comum e a cooperação entre os povos lusófonos reconhecimento que reforça a sua legitimidade para o cargo.
Maria de Fátima Jardim sucede ao timorense Zacarias da Costa, que completou dois mandatos (desde 2021) no cargo.
A nova secretária-executiva é licenciada em biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que foi vice-presidente do Conselho da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), em representação de África, cargo que assumiu em 2021.
A diplomata angolana foi directora do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e Marinha (INIPM) na cidade angolana do Lobito, e depois assumiu as funções de Directora do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (INIP) em Luanda.
Além de ministra das Pescas entre 1992 e 1996, no Governo de Unidade e Reconciliação Nacional de Angola, foi ministra das Pescas e Ambiente de 1996 a 2002 e de 2008 a 2015, foi ministra do Ambiente.
Em 2015, foi enviada para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 21), representando Angola e os Países Menos Desenvolvidos nas negociações que levaram ao Acordo de Paris.
Entre 2003 e 2008 Maria de Fátima Jardim foi deputada na Assembleia Nacional de Angola. Até Março deste ano era embaixadora de Angola em Itália.