Festival Caixa Fado 2023 acontece hoje em Luanda

A 6.ª edição do “Festival Caixa Fado 2023” acontece na noite desta Sexta-feira, 20 de Outubro, no Centro de Conferências de Belas (CCB), em Luanda, com uma diversidade de artistas angolanos e portugueses, nomeadamente Cuca Roseta, Camané, Selda, Ricardo Ribeiro, Gizela João, Marco Rodrigues, Bevy Jackson, Toty Sa'Med, Perola e Lenita Gentil, numa iniciativa do Banco…
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O produtor do evento, Kayaya Júnior, garantiu estar tudo aposto e que até ao meio da manhã desta Sexta-feira tinha sido já comercializados 90% dos 2 mil ingressos postos à disposição dos interessados.
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A 6.ª edição do “Festival Caixa Fado 2023” acontece na noite desta Sexta-feira, 20 de Outubro, no Centro de Conferências de Belas (CCB), em Luanda, com uma diversidade de artistas angolanos e portugueses, nomeadamente Cuca Roseta, Camané, Selda, Ricardo Ribeiro, Gizela João, Marco Rodrigues, Bevy Jackson, Toty Sa’Med, Perola e Lenita Gentil, numa iniciativa do Banco Caixa Geral Angola (BCGA)

À FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o produtor do Festival Caixa Fado, Kayaya Júnior, confirmou que todos os músicos que farão parte do evento já se encontram na capital angolana desde Quinta-feira, 19, avançando que foram colocados a venda, através da plataforma Checkin Online e também em alguns balcões do BCGA, um total de 2 mil ingressos com tipologias diferentes.

“Quanto às vendas, neste momento, temos a sala a 90% completa e cremos que teremos uma casa bonita e entusiasta por este estilo musical”, notou Kayaya Júnior, acrescentando que a expectativa é que o “Caixa Fado 2023”, que regressa depois de alguns anos de interregno forçados pelas restrições que a pandemia da Covid-19 havia imposto, venha a fomentar o intercâmbio entre os dois países irmãos [Portugal e Angola] e a sua musicalidade, cada vez mais universal e inclusiva. “É isso que motiva este projecto cultural, desde a sua criação em 2015”, sustentou.

Neste momento, de acordo com o produtor, a organização do evento está quase concluída, com todas estruturas e decorações já dentro do CCB, bem como toda área de restauração. “Temos já em Luanda os artistas convidados e a nível técnico, no que diz respeito ao som, luz e cenografia. Estamos confortáveis para o momento de abertura de portas”, garantiu.

Por sua vez, em declarações exclusivas à FORBES, o fadista português Marco Rodrigues caracteriza considera que o fado é respeitado e valorizado pelo mundo, lembrando que foi a primeira expressão artística a ser declarada Património Imaterial da Humanidade em Portugal.

“A sua dimensão artística tem mudado nos últimos anos: o fado passou a não ser visto como uma expressão artística estanque e tem feito um percurso dentro de outras texturas e ritmos musicais. Há uma geração de fadistas que elevou a sua música a um patamar global, tendo o fado sido elevado à World Music, o que mostrou ao mundo que Portugal era dono de uma música fantástica”, referiu, ao fazer uma avaliação do actual momento deste género musical.

Segundo o músico, o fado vem ganhando terreno em muitos países, onde a nova geração de fadistas portugueses conseguiu abrir portas, entrar e conquistar novos públicos.

“Com esta globalização, mais pessoas foram impactadas e inspiradas pelo fado, havendo, actualmente, muitos estrangeiros, espalhados pelo mundo a cantar fado, o que é incrível”, ressaltou.

“Nos países lusófonos, temos a língua e a história que nos une, mas não só, pois, acima de tudo, tal como Amália dizia ‘o que interessa é sentir o fado e o povo desses países. É apaixonante e cheio de emoções fortes’. Nos países lusófonos há uma inspiração clara no fado português, onde sinto que tentam assegurar e respeitar as suas raízes, havendo gerações que se vão formando e se vão impulsionado com referências já conhecidas, tendo, ao mesmo tempo, uma visão também vanguardista”, caracterizou.

Marco Rodrigues sublinhou ainda que a sua expectativa “é que se venha a reforçar junto do público angolano a importância desta expressão artística, alcançar mais público, conseguir apaixonar as próximas gerações pelo fado e de mostrar que não existem barreiras e que se trata de World Music“.

“O Festival Caixa Fado é bastante especial para mim, pois tenho marcado presença todos os anos, desde a sua primeira edição em 2015. Já há vários anos que tenho o privilégio de fazer a produção artística do Festival e juntar um naipe de fadistas de ambos os países é uma grande responsabilidade, pois falamos de música, da promoção da língua portuguesa e da manutenção de laços históricos e culturais entre Portugal e Angola”, argumentou.

O cartaz da 6.ª edição do festival organizado pelo Banco Caixa Geral Angola junta conhecidos artistas portugueses e angolanos. Para Selda, uma das vozes angolanas que se fará ouvir no show, o fado tem uma “expressão notória” a nível mundial, tendo em conta que é um estilo considerado património cultural.

“É conhecido por todo o mundo e cantado com alma. Esperamos que seja um show fantástico e que haja muita emoção pela sala. Esta a ser fantástica toda esta viagem pelo fado”, frisou a cantora, que pretende oferecer ao público muita entrega e emoção.

“Fazer parte do Caixa Fado representa muito para mim. Além da responsabilidade, é também um grande prazer estar ao lado destes grandes músico”, afirmou a angolana que esta noite prevê fazer dois duetos com duas vozes que rotula de “fortíssimas” e que assumi ser admiradora, sem no entanto, revelar quais.

Recorde-se que, no âmbito desta iniciativa e para comemorar o trigésimo aniversário com os clientes, o BCGA lançou também o “depósito a prazo caixa fado”, com uma taxa de juro de até 14,5%, em que as primeiras 50 subscrições ganharam um convite duplo para o “Festival Caixa Fado 2023”, evento em que a instituição bancária terá investido cerca de 250 milhões de kwanzas (cerca de 301,8 mil dólares).

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