Festival Pé na Terra realiza-se pela última vez na Fuzeta

O festival Pé na Terra vai despedir-se da Fuzeta, no concelho de Olhão, entre 28 e 30 de Junho, levando ao palco ritmos e músicas da cultura popular lusófona, como samba, semba, batuca e vira, anunciou a organização. Kelly Tonaco, da organização do Pé na Terra, explicou à agência Lusa que a Fuzeta foi o…
ebenhack/AP
O festival Pé na Terra despede-se da Fuzeta, Olhão, de 28 a 30 de Junho. Após 12 anos, procura novo local no Algarve para continuar a celebrar ritmos lusófonos como o samba, semba, batuca e vira.
Life

O festival Pé na Terra vai despedir-se da Fuzeta, no concelho de Olhão, entre 28 e 30 de Junho, levando ao palco ritmos e músicas da cultura popular lusófona, como samba, semba, batuca e vira, anunciou a organização.

Kelly Tonaco, da organização do Pé na Terra, explicou à agência Lusa que a Fuzeta foi o local onde o festival surgiu e cresceu ao longo dos últimos 12 anos, sempre com o apoio da Junta de Freguesia e da Câmara de Olhão.

No entanto, a vila algarvia tornou-se pequena para a dimensão que o festival alcançou, sendo necessário encontrar um novo local que ofereça as condições logísticas necessárias para o futuro.

A organização já está a trabalhar para encontrar um novo espaço para acolher o evento a partir de 2025 e promete anunciar a nova localização em breve, garantindo que o Pé na Terra continuará no Algarve.

Para a edição de despedida na Fuzeta, Kelly Tonaco destacou as presenças do angolano Paulo Flores, conhecido como o “rei do Semba”, do Bloco Afro brasileiro Ilê Aiyê, um dos mais antigos do Carnaval da Bahia que comemora 50 anos, dos portugueses Criatura e da brasileira Renata Rosa, entre outros.

“O Festival Pé na Terra é um festival que se realiza há 12 anos na vila da Fuzeta e o objectivo é enaltecer e preservar a cultura popular dos países lusófonos. Trabalhamos com músicas, ritmos e danças da cultura lusófona, de países como Cabo Verde, Angola, Brasil e Portugal”, explicou Kelly Tonaco.

A dança terá um papel importante no evento, com a realização de 40 ‘workshops’ que mostrarão como se dançam ritmos como “samba, semba, kola San jon, batuka e o vira português, que fazem parte da história desses países e da cultura lusófona”.

“Alguns desses ritmos surgiram em contextos históricos, como a escravatura, têm uma história de resistência e criatividade num período muito difícil, e gostamos de mostrar no festival a importância de continuar a representar esta cultura, que faz parte da nossa identidade”, acrescentou.

O festival contará ainda com a presença de artistas como a Orquestra das Batucadeiras de Portugal, Leo Middea, Coletivo Gira, Rasta Fogo, Gafieira e Diego Oliveira. No sábado, 29 de Junho, será realizado o habitual cortejo de maracatu pelas ruas da vila.

Questionada sobre se a saída da Fuzeta é forçada ou desejada, Kelly Tonaco respondeu que é necessária, porque “a Fuzeta é muito pequena, é uma vila com 2.000 pessoas, e já não comporta mais o festival ao nível estrutural”.

“Estamos a trabalhar nisso e vamos divulgar a nova localização em breve, mas vamos manter-nos pelo Algarve”, antecipou Kelly Tonaco, esperando ultrapassar, na edição de despedida da Fuzeta, a média de 9.000 espectadores alcançada no ano passado.

Mais Artigos