A agência de notação financeira Fitch Ratings divulgou as suas previsões para a economia de Angola, prevendo um crescimento de 0,9% para o ano em curso e uma aceleração para 1,5% em 2025.
As projecções, segundo a Lusa, têm como base a expectativa de uma redução na inflação, passando de 24,5% para 16,6%.
De acordo com a explicação mais detalhada da manutenção do rating de Angola em B-, divulgada em 15 de Dezembro do ano passado, a Fitch Ratings apresenta previsões específicas para cada ano. Assim, antecipa que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça de 0,2% em 2023 para 0,9% e 1,5% neste e no próximo ano, respectivamente.
Os analistas da Fitch fundamentam as suas previsões com o declínio da produção petrolífera, estimando uma média de 1,09 milhões de barris por dia em 2023 e 1,05 milhões em 2024 e 2025. Estes valores contrastam com as previsões do governo angolano no Orçamento Geral do Estado para 2024 e as projecções do Ministério dos Hidrocarbonetos, refletindo uma produção na capacidade máxima.
O rating de Angola, classificado em B-, é descrito como “um equilíbrio entre indicadores de governação fracos, alta inflação, elevados níveis de dívida em moeda externa e uma significativa dependência de matérias-primas”. No entanto, a avaliação positiva destaca reservas internacionais “robustas”, um orçamento globalmente equilibrado e riscos de pagamento geríveis, “devido a um preço ainda favorável do petróleo nos próximos dois anos”.
Entre os pontos positivos, a Fitch aponta os elevados níveis de reservas internacionais e um orçamento globalmente equilibrado, reduzindo as pressões de financiamento. Por outro lado, entre as principais fraquezas, inclui a alta dependência de matérias-primas, custos elevados do serviço da dívida, uma grande percentagem de dívida pública e indicadores de desenvolvimento humano e governação fracos, juntamente com uma inflação elevada em comparação com os pares.
Em relação à dívida pública, a Fitch prevê um aumento ligeiro do rácio da dívida sobre o PIB, passando de 57,3% no ano passado para 60,6% este ano e 64,2% em 2025.