O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta Terça-feira ter chegado a acordo com a Guiné-Bissau para mais uma revisão do acordo financeiro com o país africano que condiciona o desembolso de mais uma tranche à redução do défice.
A Guiné-Bissau beneficia desde Janeiro de 2023 de um acordo com o FMI de facilidade de crédito alargado sujeito a revisões periódicas para desembolso de parcelas do valor global acordado de quase 79 milhões de dólares.
Para ter acesso a mais 3,2 milhões de dólares que elevariam o valor já desembolsado para 51,3 milhões de dólares, a Guiné-Bissau terá de cumprir algumas condições acordadas com o FMI no âmbito da nova revisão do acordo, segundo anunciou o Fundo.
Uma equipa do FMI, liderada por Niko Hobdari, chefe da Missão para a Guiné-Bissau, realizou reuniões em Bissau entre 23 de Setembro e 03 de Outubro de 2025 para discutir políticas macroeconómicas no contexto da nona revisão do acordo.
Segundo a instituição financeira, a Guiné-Bissau acordou as condições para a conceção de mais uma parcela do empréstimo, que está agora dependente da implementação das ações prévias acordadas e está sujeito à aprovação da Administração do FMI e à consideração da diretoria executiva.
De acordo com as conclusões da equipa do FMI, divulgadas em comunicado, as autoridades guineenses “comprometeram-se com um pacote de medidas corretivas para reduzir o défice para 4,2% do PIB em 2025”.
As previsões apontam para que o país chegue o final de 2025 com um crescimento económico de 5,5% e a inflação a cair para 2%.
O FMI, diz a Lusa, atribui o crescimento económico “à forte produção de castanha de caju e melhorias nos termos de troca”, a que se junta “o forte consumo privado e o investimento”. Contudo, aponta a análise, o défice “deve ser maior do que o esperado, refletindo uma queda nas receitas”.