Formação de jovens africanos para o sector de petróleo e gás entre as prioridades dos produtores

Especialistas e gestores de instituições de ensino do ramo de petróleo e gás em África, defenderam nesta Quinta-feira, em Luanda, durante o "Fórum dos Jovens na Energia, Petróleo e Gás - Criação da Próxima Geração de Profissionais de Petróleo e Gás de África", a necessidade de mais investimentos na formação e capacitação de quadros africanos…
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A criação da próxima geração de jovens africanos no sector de petróleo e gás esteve em debate no último dia do 8.º Congresso e Exposição de Petróleo Africano, que decorre na capital angolana.
Economia

Especialistas e gestores de instituições de ensino do ramo de petróleo e gás em África, defenderam nesta Quinta-feira, em Luanda, durante o “Fórum dos Jovens na Energia, Petróleo e Gás – Criação da Próxima Geração de Profissionais de Petróleo e Gás de África”, a necessidade de mais investimentos na formação e capacitação de quadros africanos para o sector, de forma a garantir o futuro da indústria petrolífera africana.

A posição dos experts foi apresentada no evento enquadrado na 8ª edição do Congresso e Exposição de Petróleo Africano – CAPE VIII, que decorreu até hoje na capital angolana.

Para os intervenientes de Angola, Gana, Argélia, Congo e Guiné-Equatorial, o futuro, a competitividade, a sustentabilidade e o processo de transição do sector de petróleo e gás do continente passa pela criação de uma próxima geração de profissionais jovens, que estejam munidos de conhecimentos capazes de responder aos desafios impostos pelo sucessivo crescimento da indústria, quer em África como no resto do mundo.

Egbert Faiille, CEO da Comissão de Petróleo do Gana, disse na sua intervenção que o sector petrolífero no seu país “é bastante jovem”, mas “trata-se de uma juventude que teve a oportunidade de beneficiar de programas de ensino em instituições internas e externas reconhecidas”, que com o Governo implementaram programas que sempre valorizam o potencial de jovens nacionais para o sector de petróleo e gás local.

“Desde sempre olhamos com especial atenção aos jovens do nosso país. Foi nesta visão que criamos programas que passaram a enquadrar jovens de 18 a 35 anos para serem formados. Depois de terem concluído, foram enquadrados em variadas empresas, incluindo multinacionais que operam no país, e hoje temos um sector jovem e que têm conseguido fazer andar esta indústria no país”, afirmou.

Hoje o Gana tem já instituições acreditadas e com reconhecimento internacional que, em parceria com empresas locais, têm contribuído para a geração de emprego para jovens, acrescentou o CEO da Comissão de Petróleo do Gana, que apela aos demais países africanos a seguirem o mesmo exemplo, para que a indústria africana do petróleo e gás esteja assegurada e pronta para os desafios.

Já Alegria Raul Joaquim, director-geral do Instituto Nacional de Petróleos e Gás (INP), de Angola, disse à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, que o seu país tem uma visão alargada e ambiciosa para a criação da próxima geração de profissionais deste sector.

O responsável garantiu que Angola “é um exemplo em África nesse capítulo de formação” e “na forma como tem aproveitado os jovens talentos e muitos outros” que hoje já estão empregados e a contribuir no crescimento e desenvolvimento do sector petrolíefro nacional.

“Temos noção dos desafios e por este facto o Instituto Nacional de Petróleo e Gás tem reforçado o seu papel na formação de técnicos e no enquadramentos dos mesmos, começando com estágios em várias empresas que operam no país”, indicou.

Alegria destacou ainda que, de forma geral, até 2021, o INP já colocou mais de 14 mil técnicos no mercado, formados em várias áreas, com destaque para o sector petrolífero, e ao mesmo tempo a instituição tem realizado treinamentos com países dos estados-membros da Comunidade dos Países da África Austral (SADEC).

“É importante destacar que o nosso instituto tem também contribuido para a preparação de quadros que hoje operam em outros países e que passam por Angola de proposito para formação e ganhar experiências que depois são aplicadas nos seus países. Portanto temos contribuído para o progresso de muitos países com quadros jovens e bem formados em Angola”, garante.

Para os especialistas intervenientes no “Fórum dos Jovens na Energia, Petróleo e Gás – Criação da Próxima Geração de Profissionais de Petróleo e Gás de África”, os jovens estão a impulsionar o desenvolvimento de uma nova classe de empresários que os países africanos precisam para prosperar. Por este facto, consideram ser urgente que se aposte na juventude para que os mesmos consigam contribuir para o futuro do sector petrolífero em África.

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