Fotógrafo moçambicano Mário Macilau é o rosto dos 10 anos da feira de arte africana AKAA em Paris

A edição comemorativa dos 10 anos da Also Known As Africa (AKAA) - uma das mais influentes feiras de arte contemporânea e design artístico africano -, que decorre neste fim-de-semana em Paris, tem como destaque o fotógrafo moçambicano Mário Macilau, escolhido como imagem de cartaz do evento. Segundo a organização, a obra seleccionada “representa não…
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Ao completar dez anos, a AKAA homenageia a força criativa africana com destaque para o talento moçambicano. A obra de Macilau representa a nova geração de criadores africanos que unem ética, estética e identidade na arte contemporânea global.
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A edição comemorativa dos 10 anos da Also Known As Africa (AKAA) – uma das mais influentes feiras de arte contemporânea e design artístico africano -, que decorre neste fim-de-semana em Paris, tem como destaque o fotógrafo moçambicano Mário Macilau, escolhido como imagem de cartaz do evento.

Segundo a organização, a obra seleccionada “representa não apenas a sua estética visual profundamente reconhecível, mas também o compromisso ético e poético que sustenta a sua prática artística”, num reconhecimento simbólico da relevância de Macilau na nova geração de criadores africanos com projecção global.

Nascido em Maputo, em 1984, Mário Macilau iniciou-se na fotografia em 2003 e profissionalizou-se quatro anos depois. A sua obra é marcada por projectos imersivos e de longo prazo, centrados em temas como identidade, espiritualidade, política e justiça social, nos quais a fotografia assume o papel de documento, denúncia e reflexão estética.

O seu percurso tem sido amplamente reconhecido em instituições de referência, como o MoMA (Nova Iorque), a Tate Modern (Londres), a Fondation Blachère (França) e a Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa). Em 2015, representou Moçambique na Bienal de Veneza e participou em eventos de prestígio, como o Vitra Design Museum, a Saatchi Gallery e a Bienal de Casablanca. Entre as distinções que recebeu, destacam-se o Prémio da União Europeia para o Ambiente (2015) e a Bolsa UNESCO-Aschberg para as Artes Visuais (2014).

Ao completar uma década, a AKAA celebra “a força criativa de artistas, galerias e projectos curatoriais que, ao longo dos últimos dez anos, contribuíram para redefinir as narrativas da arte africana contemporânea”.

A escolha de Macilau como rosto desta edição traduz a maturidade de uma arte africana que transcende geografias e afirma-se cada vez mais como voz crítica, estética e intelectual no panorama global.

 

*Com Lusa

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