Fotógrafo moçambicano vence VI edição do concurso “Somos Imagens da Lusofonia”

O fotógrafo moçambicano Marcos Júnior foi o grande vencedor da VI edição do concurso “Somos Imagens da Lusofonia”, que decorreu de 10 de Fevereiro a 21 de Março deste ano e que teve por tema “O Homem e o Divino”, com uma fotografia tirada numa igreja em Moçambique que retrata o gesto de um padre…
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Com esta imagem, o fotógrafo Marcos Júnior receberá, assim, o primeiro prémio do concurso no valor de dez mil patacas (o equivalente a 1140 euros) e uma viagem e estadia em Macau, de forma a participar na cerimónia de inauguração da exposição e em workshops organizados localmente.
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O fotógrafo moçambicano Marcos Júnior foi o grande vencedor da VI edição do concurso “Somos Imagens da Lusofonia”, que decorreu de 10 de Fevereiro a 21 de Março deste ano e que teve por tema “O Homem e o Divino”, com uma fotografia tirada numa igreja em Moçambique que retrata o gesto de um padre a abençoar um crente, reflectindo a intermediação entre o terreno e o celestial.

Com esta imagem, o fotógrafo Marcos Júnior receberá, assim, o primeiro prémio do concurso no valor de dez mil patacas (o equivalente a 1140 euros) e uma viagem e estadia em Macau, de forma a participar na cerimónia de inauguração da exposição e em workshops organizados localmente.

“Na fotografia vemos o gesto de um sacerdote a abençoar um fiel, mais do que um ritual; é um acto que liga o terreno ao celestial, uma ponte simbólica entre a humanidade e o divino. Paralelamente, crenças como o espiritismo e as tradições afro-indígenas reinterpretam essa relação, trazendo novas formas de expressão a um fenómeno espiritual e cultural em transformação contínua”, lê-se numa nota a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso.

O segundo prémio, no valor sete mil patacas (cerca de 800 euros), foi conquistado pelo português Adelino Meireles, autor da fotografia “Saudades”, captada no Porto, em Portugal, onde grande parte da comunidade ucraniana reúne-se em igrejas improvisadas, criando um espaço onde podem trazer um pedaço de “casa” consigo. Ali, entre orações e tradições, encontram conforto e recriam o sentido de pertença, numa casa que agora é a sua.

Já o português João Carlos recebeu o terceiro prémio, no valor de 5.000 patacas (cerca de 570 euros), com a fotografia intitulada “Madonna da Sabedoria Descrição”, inspirada na iconografia clássica da Madonna e o Menino, uma das representações mais reproduzidas na história da arte, esta fotografia explora a dualidade entre o conhecimento e o instinto materno. A figura da mãe, simultaneamente contemporânea e intemporal, é retratada a amamentar enquanto lê, evocando a tradição renascentista que une a educação ao cuidado.

Nesta VI edição, a Somos – ACLP admitiu o maior número de sempre de participantes com cerca de três centenas de fotografias a concurso, com elevada qualidade.

O painel de jurados, composto por fotojornalistas a trabalhar em Macau, Portugal e Guiné-Bissau, foi presidido pelo fotógrafo Gonçalo Lobo Pinheiro (representante da Somos – ACLP), que destacou a qualidade das fotografias submetidas.

“A escolha final dos vencedores, das menções honrosas e das fotografias que farão parte da exposição do concurso anual da Somos! não foi nada fácil. Este ano, batemos todos os recordes de participação, com imagens vindas de diferentes cantos do mundo lusófono, revelando olhares diversos e narrativas visuais potentes. O nível das obras submetidas surpreendeu o júri, que enfrentou o difícil desafio de selecionar entre tantas propostas criativas e sensíveis”, disse.

A exposição, que reúne as obras vencedoras e outras selecionadas, é uma celebração da fotografia como ferramenta de expressão, identidade e conexão entre culturas.”

A exposição “Somos – Imagens da Lusofonia 2024/25: O Homem e o Divino”, tem curadoria do arquitecto e fotógrafo, Francisco Ricarte. A VI edição é patrocinada pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo da Região Administrativa Especial de Macau e tem como venue support a Sands China Ltd.

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