O negócio hospitalar em Angola enfrenta constrangimentos históricos, marcados pela subfinanciação crónica, escassez de medicamentos e carência de recursos humanos. Apesar da expansão da rede sanitária e da construção de novas infra-estruturas, a ausência de um sistema organizado e de investimento sustentado continua a limitar o acesso universal e a contribuir para a elevada mortalidade.
Para Sweine Rodrigues Coelho, especialista em unidades de saúde, a resposta passa por novas formas de investimento e por modelos de gestão mais eficientes. “O investimento em serviços privados e em Parcerias Público-Privadas pode aliviar a pressão sobre o Sistema Nacional de Saúde, oferecendo soluções mais modernas e ampliando a cobertura”, afirma em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA.
A especialista sublinha ainda a importância da formação contínua, da comunicação empática e da criação de ambientes de trabalho inclusivos e motivadores, capazes de reforçar a confiança entre profissionais e pacientes. Para Coelho, a adopção de tecnologias digitais – como fichas clínicas electrónicas, agendamentos online e metodologias de gestão como o Lean Healthcare – poderá reduzir a burocracia, eliminar desperdícios e melhorar a experiência do paciente.
No seu entender, “a comunicação empática é fundamental para criar um ambiente de confiança, onde o paciente se sinta ouvido, compreendido e acolhido, o que leva a melhores resultados clínicos”.

Segredos da gestão humanizada em livro
É neste contexto que Sweine Coelho apresenta a sua primeira obra literária, “Os Segredos de uma Gestão Humanizada em Saúde – Estratégias de uma Gestão de Excelência em Unidades de Saúde”, que será lançada em Luanda a 25 deste mês.
A publicação de 100 páginas propõe ferramentas práticas e reflexões sobre liderança humanizada, identificando erros recorrentes no atendimento e apontando soluções centradas no respeito, empatia e cuidado ao paciente.
“Uma parte importante deste livro, é o capítulo que fala sobre um líder humanizado, bem como as diferenças que existem entre um líder e um chefe”, detalha.
Sweine conta que decidiu escreve o livro quando notou ambientes tóxicos que podem destruir equipas e comprometer o atendimento dos pacientes, assim como reclamações por parte de pacientes, tendo em conta a forma como eram encarados os seus medos.
“Partilhar os segredos de uma gestão humanizada é mostrar que eficiência, resultados financeiros e bem-estar podem caminhar juntos”, resume a autora, reforçando a ideia de que a modernização do sector exige, em igual medida, inovação tecnológica e uma cultura de humanização.
“Partilhar os segredos de uma gestão humanizada é mostrar que a eficiência, os resultados financeiros e o bem-estar dos pacientes podem caminhar juntos”, considera a autora.