Governador do Banco de Portugal propõe reforço da cooperação entre bancos centrais lusófonos

O governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, defendeu esta Segunda-feira, 13, em Lisboa, o aprofundamento da cooperação entre os bancos centrais de língua portuguesa, propondo um alargamento do programa de mobilidade de quadros e a realização de reuniões regulares ao longo do ano. Na abertura do XXXV Encontro dos Bancos Centrais de Língua…
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Inspirado no modelo do G20, o Banco de Portugal quer transformar os encontros lusófonos de bancos centrais num espaço permanente de diálogo e influência internacional.
Economia

O governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, defendeu esta Segunda-feira, 13, em Lisboa, o aprofundamento da cooperação entre os bancos centrais de língua portuguesa, propondo um alargamento do programa de mobilidade de quadros e a realização de reuniões regulares ao longo do ano.

Na abertura do XXXV Encontro dos Bancos Centrais de Língua Portuguesa, o responsável afirmou que é necessário “dar um novo impulso ao relacionamento institucional lusófono”, com encontros mais frequentes e de maior impacto estratégico.

“Defendo um compromisso de reforço da cooperação entre bancos centrais. Já muito se faz, mas há muito mais para fazer — desde logo, reuniões mais regulares ao mais alto nível, para debater e partilhar experiências”, afirmou o governador.

Álvaro Santos Pereira sugeriu que os encontros passem a realizar-se várias vezes por ano, não apenas nos países-membros, mas também em Washington, à margem das Reuniões Anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), inspirando-se no modelo de concertação do G20 e do G7.

“Não há razão para não o fazermos no mundo da lusofonia, porque isso dará mais força e influência à nossa presença na economia e na diplomacia internacional”, sublinhou, anunciando um primeiro jantar de trabalho na capital norte-americana, na próxima Primavera, para lançar este formato.

O governador do Banco de Portugal defendeu igualmente o alargamento do programa de mobilidade interna entre os bancos centrais lusófonos, propondo períodos de um a dois anos, com menos projectos, mas de maior profundidade e impacto.

“É chegada a hora de aumentarmos substancialmente os programas de mobilidade. Foram um passo importante, mas podem ser melhorados, tornando-se mais atractivos e eficazes para os nossos colaboradores”, considerou.

Entre os temas em discussão no encontro, segundo a agência Lusa, figuraram a estabilidade de preços, a literacia financeira, a formalização das economias, o aumento da bancarização, o combate à fraude e a partilha de experiências de supervisão.

A iniciativa reforça o papel da lusofonia como plataforma de concertação financeira e regulatória, num contexto em que os bancos centrais dos PALOP, de Timor-Leste e de Portugal procuram alinhar políticas para o fortalecimento institucional e a integração económica.

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