O presidente do conselho de administração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo, advertiu que a entrada em funcionamento da Refinaria de Cabinda “não vai ter impacto nos preços dos combustíveis”.
Falando à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, à margem da 6.ª edição da Conferência e Exposição Angola Oil & Gas, Paulino Jerónimo justificou que os preços continuam a ser subvencionados pelo Governo angolano.
“O impacto dessa refinaria é criar autossuficiência em Cabinda”, afirmou o presidente do conselho de administração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, sublinhando que a Refinaria de Cabinda não vai dinamizar o sector, mas sim ajudar.
De acordo com Paulino Jerónimo, uma das grandes dificuldades que sempre tiveram foi o abastecimento da província de Cabinda.
“Com a inauguração desta primeira fase [de 30 mil barris por dia], nós vamos quebrar esse galho, vamos deixar de ter esse problema, Cabinda será autossuficiente em termos de consumo de derivados de petróleo”, assegurou.
A refinaria de Cabinda resulta de uma parceria entre o investidor privado Gemcorp e a empresa pública Sonangol, reforçando o papel do investimento privado como alavanca para acelerar o desenvolvimento económico e industrial do país, sendo um marco histórico para a indústria petrolífera nacional e para a segurança energética de Angola.
A unidade está concebida para atingir, na sua segunda fase, uma capacidade de processamento de 60 mil barris de petróleo por dia.
A infra-estrutura prevê produzir gasóleo, combustível de aviação, fuel óleo pesado e nafta, reduzindo a dependência das importações e vai assegurar o abastecimento nacional de produtos essenciais à mobilidade, produção de energia e desenvolvimento industrial.
Nesta primeira fase, foram investidos 473 milhões de dólares, dos quais 138 milhões disponibilizados pela Sonangol e Gemcorp e 335 milhões de financiamento sindicado junto da Africa Finance Corporation (AFC), African Export-Import Bank (Afreximbank), Industrial Development Corporation (IDC), Arab Bank for Economic Development in Africa (BADEA) e Banco de Fomento Angola (BFA).
As obras da segunda fase já estão em curso, visando consolidar Angola como produtor e refinador de petróleo com maior autonomia e resiliência.
De acordo com a programação técnica, o início comercial de funcionamento da refinaria é precedido de um período de testes de cerca de três meses.