Governo angolano destaca importância da semana da língua portuguesa

A ministra da Educação de Angola, Luísa Grilo, considerou esta Segunda-feira, 05, que a 6ª edição semana da língua portuguesa é uma oportunidade para, de forma conjunta, analisar e caracterizar o desenvolvimento de uma das línguas de Angola. De acordo com a governante, trata-se, de um espaço de partilha para que os especialistas da comunidade,…
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Ministra da Educação de Angola diz que 6ª edição investe na promoção de publicações de natureza literária, assim como de natureza científica e didáctica para que se amplie o conhecimento do acervo bibliográfico já existente.
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A ministra da Educação de Angola, Luísa Grilo, considerou esta Segunda-feira, 05, que a 6ª edição semana da língua portuguesa é uma oportunidade para, de forma conjunta, analisar e caracterizar o desenvolvimento de uma das línguas de Angola.

De acordo com a governante, trata-se, de um espaço de partilha para que os especialistas da comunidade, a CPLP, possam conhecer as várias realidades, cada vez mais enriquecido, património imaterial comum que é a língua portuguesa, fruto do seu carácter pluricêntrico.

Por esta razão, Luísa Grilo referiu que esta 6ª edição investe na promoção de publicações de natureza literária, assim como de natureza científica e didáctica para que se amplie o conhecimento do acervo bibliográfico já existente.

“Sobre o exercício de divulgação do acervo bibliográfico, gostaria de manifestar o reconhecimento do trabalho valioso que a direcção executiva do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) tem desenvolvido na matéria, como também no domínio da organização da própria instituição e ainda no desenvolvimento de outras actividades técnicas e científicas de alto nível, nas quais se inclui a constituição do grupo multilateral de reflexão que procederá a revisão do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa”, realçou.

Entretanto, recordou que Angola é um país multilingue onde convivem línguas pertencentes a quatro famílias linguísticas distintas e, por consequência, regista-se fenómenos de natureza diversa, resultantes do contacto entre as mesmas.

Tais fenómenos, disse Luísa, são promotores de variedades em construção e a língua portuguesa, enquanto língua de Angola, também se enquadra neste contexto.

“Por esta razão, a semana da língua portuguesa tem-se revelado num espaço de partilha de experiências que se junta a outros que têm vindo a ser promovidos, com vista ao estudo do uso da língua portuguesa em contexto angolano, bem como nos demais contextos, para a sua valorização”, enfatizou.

“Assim, recordamos que no mês de Novembro do ano transacto foi organizado o primeiro Encontro Internacional sobre Lexicologia, Lexicografia e Terminologia em Angola e no último mês de Fevereiro, em alusão ao Dia Internacional da Língua Materna e no quadro do Decénio das Línguas Ágrafas, efectuamos uma reflexão profunda sobre metodologias para o estudo de línguas ágrafas”, frisou a ministra da Educação.

No entanto, salientou a comemoração do Dia da Língua Portuguesa e das Culturas da CPLP, bem como do Dia Mundial da Língua Portuguesa, para reflectir, mais uma vez, sobre as várias realidades linguísticas da língua comum que convive tanto com línguas estandardizadas, quanto com línguas ágrafas, o que pode fazer dela uma ponte por eleição.

Por outro lado, do ponto de vista legal, informou que se registou muito recentemente a realização da consulta pública sobre a Lei das Línguas de Angola, realizada pelo Ministério da Cultura, o que virá a contribuir para o aumento de possibilidade de uso das mesmas nos vários contextos de comunicação.

“É deste modo que caminhamos para a legalização do plurifuncionalismo das línguas de Angola na nossa sociedade”, indicou a governante.

“Desejo que o intercâmbio a ser realizado nesta 6.ª edição da Semana da Língua Portuguesa seja frutífero e que dele possam surgir equipas de trabalho multidisciplinares que permitam a implementação de projectos e de programas que contribuam para o desenvolvimento da língua portuguesa e das línguas em contacto, enquanto instrumento integrador e promotor da paz, com vista à construção da nação angolana, mas também, com vista à construção de uma Comunidade, a CPLP, tolerante e, consequentemente, de afectos”, perspectivou.

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