A dependência financeira do Estado compromete a autonomia e traz custos elevados de oportunidades ao erário público, afirmou esta Terça-feira, 16, em Luanda, o ministro de Estado para Coordenação Económica de Angola, José de Lima Massano.
Segundo o ministro, que discursava na abertura do “Encontro Anual do Sector Empresarial Público – SEP 2025”, é nestes desafios que reside a oportunidade de transformação.
O governante apontou ainda que a profissionalização da gestão, a adopção de práticas sustentáveis e a valorização do capital humano são caminhos que reforçam a legitimidade e o impacto das empresas públicas na sociedade.
“Hoje, mais do que nunca, precisamos de um sector público empresarial forte, moderno e comprometido com o futuro. Um sector que não seja apenas reactivo às necessidades, mas proactivo na construção de soluções. Um sector que inspire confiança, que promova parcerias e que contribua para um modelo de desenvolvimento inclusivo e resiliente”, detalhou.
Com este sentido, de acordo com José de Lima Massano, o Executivo angolano está a implementar um amplo programa de reformas económicas que procuram também optimizar o papel das empresas públicas na economia.
“O sector público empresarial e o sector privado não devem ser vistos como concorrentes antagónico, mas como parceiros estratégicos, para dinamizar cadeias de valor, acelerar a industrialização e promover a diversificação económica”, assegurou.
O ministro de Estado para Coordenação Económica de Angola fez saber que as empresas públicas devem ser catalisadoras da transformação estrutural de Angola, apoiando o investimento produtivo, a criação de empregos qualificados e a melhoria de vida dos cidadãos.
“Complementarmente, o roteiro de reformas adoptado e em execução inclui a privatização de activos empresariais não essenciais, que podem ser melhor geridos por agentes privados, assegurando maior eficiência e competitividade”, referiu.
A reforma e a modernização do sector público empresarial, acrescentou, exige coragem política, visão de futuro e disciplina na gestão.
“Pretendemos empresas públicas fortes, transparentes, sustentáveis, não apenas como executoras de políticas públicas, mas como partícipe activo do desenvolvimento económico, social e territorial”, concluiu.