O Governo angolano, através do Ministério do Turismo, assinou esta semana, em Luanda, um protocolo de cooperação destinado a promover a produção científica e editorial ligada ao sector do turismo, numa iniciativa que procura reforçar a base de conhecimento como pilar estratégico para o desenvolvimento da actividade no país.
O memorando foi rubricado por Afonso Vita, director nacional do Gabinete de Apoio ao Turista, Formação e Empreendedorismo, e por Tomé Batista Cardoso, director-geral da Facul Editora, tendo como objectivo central a produção e publicação de obras técnicas, científicas, históricas e promocionais sobre o turismo em Angola. As publicações irão integrar uma colecção temática dedicada ao turismo, bem como uma colectânea de legislação do sector.
Segundo Afonso Vita, trata-se de um projecto de iniciativa privada, no qual o Ministério do Turismo assumirá o compromisso de adquirir uma quantidade suficiente de exemplares para garantir a operacionalização da iniciativa, apostando no conhecimento científico como factor de alavancagem do sector turístico.
“O Ministério do Turismo pretende, com este protocolo, colocar à disposição do sector várias obras científicas. Não definimos aqui um número fixo, porque isso dependerá da capacidade anual de produção dos investigadores e cientistas. Sabemos que a formação do capital humano é um instrumento estratégico para o aumento da competitividade e desempenha um papel preponderante no desenvolvimento económico de qualquer país”, sublinhou.
As obras que integrarão a colecção do turismo serão seleccionadas por um curador especialista na área, com experiência académica reconhecida, com base em critérios como a relevância do tema para o desenvolvimento do turismo em Angola, a robustez teórico-metodológica, a qualidade técnica, a consistência científica e a capacidade crítica na apresentação e interpretação dos resultados.
“Aquilo de que falamos são obras científicas sustentadas em bases teóricas sólidas, mas igualmente ancoradas no trabalho de campo”, explicou Afonso Vita, acrescentando que a iniciativa procura elevar o nível do debate técnico e académico sobre o turismo nacional.
“O turismo não se constrói apenas com infra-estruturas, rotas ou investimentos. Constrói-se também com narrativa, identidade e consciência do valor deste belo país que é Angola” – Ricardo Cardoso, director-geral da Facul Editora.
Por seu lado, Tomé Batista Cardoso esclareceu que a propriedade intelectual das obras publicadas no âmbito da colecção pertencerá exclusivamente aos respectivos autores, os quais deverão, contudo, reconhecer o Ministério do Turismo como entidade promotora e financiadora da produção editorial.
Afonso Vita destacou ainda que o desenvolvimento sustentável do turismo, a valorização do património nacional e o fortalecimento de parcerias estratégicas exigem uma abordagem pluridisciplinar, capaz de integrar as dimensões ambientais, socioculturais e económicas do sector. “Estamos perante um sistema complexo, que necessita de planeamento, organização e gestão racionais, sustentados por teorias e métodos de investigação consistentes, para compreender a interacção humana com o meio natural e construído”, afirmou.
Já o director-geral da Facul Editora sublinhou que a formalização do memorando representa um compromisso com a memória, o conhecimento, a identidade e o futuro do turismo em Angola, conferindo ao protocolo uma dimensão verdadeiramente estratégica.
“O turismo não se constrói apenas com infra-estruturas, rotas ou investimentos. Constrói-se também com narrativa, identidade e consciência do valor deste belo país que é Angola”, frisou Ricardo Tomé Batista Cardoso.
Segundo o responsável, a cooperação entre o Ministério do Turismo e a Facul Editora nasce da convicção comum de que o conhecimento é uma ferramenta essencial de desenvolvimento, passando pela investigação, edição, documentação e divulgação do património turístico, cultural e humano de Angola.





