O coordenador adjunto da comissão multissetorial do Programa de Privatizações (PROPIV), Ottoniel dos Santos, garantiu esta semana que o governo angolano vai dar início ao processo de privatização das empresas do sector de tecnologias de informação e comunicação social, entre as quais se destacam a Multitel, TV Cabo, TV Zimbo e a Angola Telecom – cuja privatização tinha sido já descartada.
Recorde-se que, em finais de Junho último, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Socia (MINTTICS) do país, Mário Oliveira, em declarações públicas, havia anunciado que a empresa pública de telecomunicações, Angola Telecom, não seria privatizada, pelo menos para já, alegando, na altura, que estava em jogo “a defesa do interesse nacional”.
“A Angola Telecom, dentro da sua estratégia, poderá concessionar a sua actividade operacional e comercial, mas não haverá entrada de terceiros no seu capital social”, afirmou Mário Oliveira, há sensivelmente dois meses.
Esta semana, no final de uma reunião da Comissão Multissetorial do Programa de Privatizações (PROPIV), realizada em Luanda, Ottoniel dos Santos, disse terem analisado os processos de privatização de cada uma das empresas do sector de tecnologias de informação e comunicação social, entre as quais o grupo Media Rumo e o grupo Media Nova, que passaram à esfera do Estado no âmbito do processo de recuperação de activos.
“Vamos trabalhar no sentido de acelerarmos o processo de privatização dessas empresas nos próximos 30 dias, através de mecanismo que será apresentado à comissão”, informou o dirigente.
O também secretário de Estado para o Tesouro, explicou que na reunião foi abordada quais seriam os procedimentos mais adequados para privatizar as empresas, destacando que para uma delas o mecanismo é a oferta pública inicial, que é a privatização das empresas através do mecanismo em bolsa. “Vamos trabalhar no sentido de acelerarmos o processo de privatização dessas empresas nos próximos 30 dias”, assegurou.
Relativamente às empresas que fazem parte da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, Ottoniel dos Santos pontualizou que serão privatizadas duas unidades daquele espaço industrial (a Indutubo e a Mecametal), bem como unidades industriais localizadas nas províncias de Cabinda (uma moageira e um complexo de frio), sublinhando que são no total quatro activos que naquela província vão entrar já em fase de privatização.
O governante realçou que fazem igualmente parte da lista de empresas a serem privatizadas os silos de Catete e nove unidades comerciais que fazem parte da rede de supermercados Poupalá, distribuídas pelas províncias de Benguela, Cabinda, Luanda, Lunda Sul e Zaire, devendo o procedimento ser o de concurso público, na modalidade de alienação de activos.
“Estas empresas ou essas unidades serão privatizadas e passados 30 dias, que é a fase em que se está a fazer a preparação e avaliação destes mesmos activos, procederá a fase subsequente que é a de concurso público, que terá uma duração de 52 dias, através, primeiro, do anúncio, depois as candidaturas são apresentadas pelos activos Poupalá, que durará aproximadamente 25 dias”, detalhou.