O executivo cabo-verdiano decidiu proceder à demissão do Conselho de Administração da TACV Cabo Verde Airlines chefiado por Pedro Barros desde junho passado. A medida surge após as avarias simultâneas em duas aeronaves, que expuseram fragilidades na gestão da companhia pública.
Recorde-se que a companhia aérea cabo-verdiana enfrentou, na última semana, graves constrangimentos operacionais quando duas das suas três aeronaves que operavam inter-ilhas ficaram inoperacionais ao mesmo tempo, comprometendo a regularidade dos voos internacionais e internos. Este episódio expôs a vulnerabilidade da frota e precipitou a decisão governamental.
Em declarações ao Jornal da Noite da TCV, Televisão Nacional de Cabo Verde, o Ministro do Turismo e Transportes, José Luís Sá Nogueira, explicou que esta decisão se insere num plano mais amplo de reorganização da governança da empresa, com o objetivo de reforçar a sua eficiência e sustentabilidade.
O governante adiantou ainda que a recém-criada Linhas Aéreas de Cabo Verde, responsável pelas rotas domésticas, deverá iniciar operações no decorrer deste trimestre, prevendo-se uma transição gradual da TACV para a nova estrutura.
Apesar da mudança, o Governo mantém a ambição de retomar os voos da TACV para os Estados Unidos até ao final do ano, reforçando a aposta na expansão das ligações internacionais do arquipélago.
Paradoxalmente, esta crise de gestão ocorre num contexto de forte recuperação do setor aéreo. Segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE), no 2º trimestre de 2025 registaram-se 8.358 movimentos de aeronaves nos aeroportos e aeródromos nacionais, um aumento de 23,9% face ao mesmo período de 2024. O número de passageiros cresceu 21,5%, atingindo 764.193 viajantes, enquanto o transporte de carga e correio aumentou 16,6% e 10,7%, respetivamente