O Governo de Moçambique admitiu nesta Quinta-feira,05, que o país deita anualmente pelo menos 17 mil toneladas de lixo plástico no mar, e pede uma acção conjunta para travar a poluição do meio ambiente.
Ao discursar no âmbito do Dia Mundial do Ambiente, que se assinalou recentemente, o secretário de Estado da Terra e Ambiente de Moçambique, Gustavo Dgedge, adiantou que cerca de 116 mil toneladas de plásticos são descartadas nas lixeiras do país por ano, “sem o devido tratamento, colocando em risco a saúde pública, a biodiversidade, infraestruturas”.
“A poluição plástica constitui hoje um dos maiores problemas ambientais que afectam o planeta no geral, os oceanos e a biodiversidade costeira e marinha em especial, bem como aos seres humanos”, declarou, prometendo acções do Governo moçambicano para reduzir a poluição.
O governante adiantou que, do global que é depositado nas lixeiras moçambicanas, apenas 1% é reciclado, pedindo o envolvimento de todos para travar a poluição do meio ambiente.
Moçambique tem uma proposta de regulamento para o banimento do plástico, adiantou o secretário de Estado da Terra e Ambiente, referindo-se a um instrumento legal que visa melhorar a regulação nesta área.
“O acúmulo de plástico ameaça a vida marinha e interfere nos ecossistemas representando um perigo para espécies como tartarugas, aves marinhas e peixes [que] frequentemente confundem pedaços de plástico com alimentos, resultando em obstruções intestinais e até mortes”, alertou o governante.
Em 28 de Março, recorda a Lusa, o secretário de Estado disse que Moçambique produz 4,2 milhões de toneladas de resíduos anualmente, mas apenas 1% são reciclados, por redes informais, cenário que o Governo quer inverter com um projecto de 24 milhões de euros, investindo em três infra-estruturas de reciclagem.