O Governo moçambicano identificou necessidades de financiamento de 300 mil milhões de euros para implementar os cinco pilares prioritários da Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE) 2025-2044 e atingir a meta de quase 10% de crescimento económico.
O documento, que segue para discussão nas próximas semanas no parlamento, revê em alta as necessidades identificadas anteriormente, quando a estratégia foi aprovada em Junho de 2024, apontando então necessidades de investimento de 246 mil milhões de euros.
“É um compromisso comum com o futuro do país. Ao implementar esta estratégia, Moçambique reforça a capacidade de enfrentar os desafios do presente e construir um futuro próspero e sustentável para todos os cidadãos”, lê-se no documento, revisto já no actual Governo liderado por Daniel Chapo, que tomou posse em janeiro como quinto Presidente moçambicano.
A primeira versão do documento foi elaborada antes das eleições gerais de 09 de Outubro de 2024, a que se seguiram vários meses de agitação social e protestos de rua contra o processo eleitoral, que provocaram cerca de 390 mortos e fortes impactos na economia moçambicana.
A actual versão da ENDE, que reconhece esses impactos económicos e sociais da agitação social pós-eleitoral, define como pilares para os próximos 20 anos a Transformação Estrutural da Economia, com investimentos de quase 114 mil milhões de dólares, e a Transformação Social e Demográfica, com 70,8 mil milhões de dólares.
Incorpora ainda os pilares de Infraestrutura, Organização e Ordenamento Territorial, prevendo investimentos de 56 mil milhões de dólares, de Unidade Nacional, Paz, Segurança e Governação, com 52,6 mil milhões de dólares, e de Sustentabilidade Ambiental, Mudanças Climáticas e Economia circular, com 48,3 mil milhões de dólares.
“O crescimento económico de Moçambique nas próximas duas décadas será influenciado por diversos factores, incluindo o impacto dos projetos de petróleo e gás, as reformas estruturais em sectores-chave, como a agricultura, a indústria e os serviços, os eventos climáticos e a evolução das condições macroeconómicas globais”, reconhece.
A aplicação da estratégia, diz a Lusa, prevê como impacto uma taxa média de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,6% no período até 2028, chegando a 7,1% no período até final de 2034, subindo para 8,7% até 2039 e para 9,9% até 2044.