Guiné-Bissau apresenta candidatura dos Bijagós a património mundial em Fevereiro

A Guiné-Bissau vai apresentar a 01 de Fevereiro próximo à UNESCO a candidatura dos Bijagós a Património Mundial, numa segunda tentativa de ver reconhecido o valor excepcional e universal da biodiversidade das emblemáticas ilhas. O anúncio da data da oficialização da candidatura foi feito, há dias, pela diretora-geral do Instituto da Biodiversidade e das Áreas…
ebenhack/AP
Uma década depois de a primeira candidatura ter sido indeferida pela UNESCO a Guiné-Bissau reviu o processo e elaborou um novo dossiê que concentra o propósito em três das 88 ilhas dos Bijagós.
Life

A Guiné-Bissau vai apresentar a 01 de Fevereiro próximo à UNESCO a candidatura dos Bijagós a Património Mundial, numa segunda tentativa de ver reconhecido o valor excepcional e universal da biodiversidade das emblemáticas ilhas.

O anúncio da data da oficialização da candidatura foi feito, há dias, pela diretora-geral do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas, Aissa Regalla de Barros, numa sessão que juntou várias entidades e representantes das comunidades locais, na sede do instituto em Bissau.

Uma década depois de a primeira candidatura ter sido indeferida pela organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação (UNESCO, a Guiné-Bissau reviu o processo e elaborou um novo dossiê que concentra o propósito em três das 88 ilhas dos Bijagós, que são parques naturais, concretamente João Vieira e Poilão, Orango e Urok e a ligação entre esses três parques.

De acordo com a Lusa, a diretora-geral do IBAP explicou que as restantes ilhas representam a zona tampão do bem candidato à UNESCO, que reconheceu o conjunto dos Bijagós como Reserva Mundial da Biosfera em 1996.

Os responsáveis guineenses querem conquistar o estatuto de Património Mundial concentrando-se na zona mais relevante do ponto de vista da biodiversidade nas ilhas e ilhéus onde desovam tartarugas, habitam hipopótamos e se alimentam aves migratórias.

A candidatura será entrega na sede da UNESCO, em Paris, a 01 de Fevereiro pelo ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, pela diretora-geral do IBAP e pela Embaixada da Guiné-Bissau em França.

“O dossiê já foi finalizado, está na fase de tradução de português para francês e, na Segunda-feira, 29 de Janeiro estará pronto para a entrega oficial” garantiu Aissa de Barros.

A diretora-geral do IBAP esclareceu que nesta candidatura tentaram evitar abarcar toda a Reserva da Biosfera que abrange as 88 ilhas. “Era uma zona muito vasta e temos, a nível económico, muita pouca capacidade de gestão de área, por isso é que nós nos concentramos nas áreas protegidas e em dois corredores de conectividade entre essas áreas porque houve estudos científicos que demonstraram que algumas espécies utilizam esses corredores”, sustentou.

Foram trabalhadas as 12 recomendações anteriores da UNESCO em relação ao limite do bem candidato, ao estatuto jurídico, à governação, ao desenvolvimento de outros sectores e das ameaças, assim como ao envolvimento de todas as estruturas guineenses no processo de elaboração do processo.

A diretora-geral salientou que foi retirada da candidatura “a parte terrestre porque existem actividades ligadas à agricultura, cajucultura” e por entenderem que “era mais viável porque o valor excepcional de valor universal também se concentra mesmo nos mangais, nas espécies migradoras e nas interações ecossistémicas existentes dentro da parte marinha e costeira”.

Os três parques naturais abrangidos são apontados como “a parte central da biodiversidade”, como “zonas que permitem uma grande produtividade, que têm impactos além-fronteira”.

O arquipélago dos Bijagós é uma parte do território marinho e costeiro da Guiné-Bissau, constituída por 88 ilhas e ilhéus, 20 das quais habitadas, numa extensão de 2,6 quilómetros quadrados, albergando cerca de 33 mil habitantes.

Mais Artigos