Guiné-Bissau e China assinam acordo para bauxite

A Guiné-Bissau e a China Aluminium Corporation (CAC) firmaram um “acordo de parceria estratégica” para a prospeção e exploração de minas de bauxite na região de Boé, no leste do país, anunciou o ministro dos Recursos Naturais, Malam Sambu. O acordo, assinado no início desta semana em Bissau, concede à CAC a exploração de uma…
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A Guiné-Bissau e a China Aluminium Corporation assinaram um acordo para a exploração de bauxite em Boé, no leste do país, onde estima-se que existam mais de 113 milhões de toneladas deste minério.
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A Guiné-Bissau e a China Aluminium Corporation (CAC) firmaram um “acordo de parceria estratégica” para a prospeção e exploração de minas de bauxite na região de Boé, no leste do país, anunciou o ministro dos Recursos Naturais, Malam Sambu. O acordo, assinado no início desta semana em Bissau, concede à CAC a exploração de uma área de território onde se acredita existir um “importante jazigo” de bauxite.

De acordo com Malam Sambu, os estudos para determinar a quantidade de bauxita existente na região começarão em breve. A localização de Boé é histórica, pois foi aí que a Guiné-Bissau proclamou a sua independência de forma unilateral em 1973.

Segundo a Lusa, estudos geológicos concluídos apontam que Boé pode conter mais de 113 milhões de toneladas de bauxita, recurso essencial para a produção de alumínio. A Guiné-Bissau tem apostado na exploração deste minério como uma fonte estratégica de receitas, dado o seu alto valor no mercado internacional.

Este acordo entre a Guiné-Bissau e a CAC surge na sequência de um memorando de acordo firmado durante a visita do Presidente Umaro Sissoco Embaló à China, em julho de 2023. A relação entre os dois países tem vindo a estreitar-se, especialmente no setor dos recursos naturais, com a China a investir cada vez mais em projectos de exploração no continente africano.

A exploração da bauxita em Boé não é nova. Em 2007, o Governo da Guiné-Bissau concedia à empresa Bauxite Angola uma licença de exploração para uma região. No entanto, os trabalhos de prospeção, iniciados em 2012, foram interrompidos após um golpe de Estado no país. A Bauxite Angola tentou retomar o projecto várias vezes, mas sem sucesso. Em 2022, o Governo guineense anunciou a rescisão do contrato com a empresa, alegando abandono da concessão.

Em março de 2024, Malam Sambu confirmou que a licença de exploração da bauxite está agora disponível para novos investidores, com o CAC a ser o primeiro a concretizar este novo acordo de exploração na região.

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