Guiné-Bissau vai às urnas: um escrutínio decisivo marcado pela ausência histórica do PAIGC

A Guiné-Bissau vai às urnas este Domingo, 23 de Novembro, para eleições gerais realizadas após uma campanha de 21 dias que decorreu de forma calma e ordeira. Cerca de 966 mil eleitores estão chamados a escolher simultaneamente o Presidente da República, o primeiro-ministro e os 102 deputados da Assembleia Nacional Popular, num escrutínio considerado decisivo…
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Doze candidatos disputam a Presidência num escrutínio que redefine o equilíbrio político guineense e coloca a credibilidade institucional no centro da agenda, com 966 mil eleitores chamados ao voto e forte presença internacional.
Líderes Política

A Guiné-Bissau vai às urnas este Domingo, 23 de Novembro, para eleições gerais realizadas após uma campanha de 21 dias que decorreu de forma calma e ordeira. Cerca de 966 mil eleitores estão chamados a escolher simultaneamente o Presidente da República, o primeiro-ministro e os 102 deputados da Assembleia Nacional Popular, num escrutínio considerado decisivo para a estabilidade política do país.

No total, 12 candidatos concorrem à Presidência da República. Entre os nomes mais conhecidos figuram o ex-Chefe de Estado, José Mário Vaz; o ex-primeiro-ministro, Baciro Djá; e João Bernardo Vieira, antigo porta-voz do PAIGC, todos a disputar o cargo como independentes. A corrida inclui ainda o actual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que procura renovar o mandato, e Fernando Dias, de 47 anos, candidato do PRS que recebeu o apoio do PAIGC e da coligação PAI Terra Ranka.

Um dos elementos mais marcantes deste ciclo eleitoral é a ausência do PAIGC – histórico partido libertador e força estruturante da política guineense – que, pela primeira vez desde a abertura ao multipartidarismo em 1991, fica fora do processo, na sequência de uma decisão do Supremo Tribunal.

No plano legislativo, destaca-se a presença da Plataforma Republicana, coligação que integra várias formações da oposição e apoia a recandidatura de Embaló, sendo a única força política presente na maioria dos círculos eleitorais.

As autoridades e os observadores internacionais antecipam um dia de votação tranquilo, em linha com o ambiente que marcou a campanha. As urnas abrem às 8h e encerram às 19h, seguindo-se a contagem pública dos votos, acompanhada por fiscais, observadores e cidadãos.

As missões de observação já estão no terreno. A União Africana enviou uma equipa de 13 membros, liderada pelo ex-Presidente moçambicano Filipe Jacinto Nyusi, em coordenação com a CEDEAO. A CPLP participa com 22 observadores, sob a liderança do tenente-general Luís Diogo de Carvalho. A presença destas delegações visa reforçar a confiança e a credibilidade no processo eleitoral.

O PAIGC e o seu líder, Domingos Simões Pereira, permanecem excluídos do escrutínio, após a decisão judicial que condicionou a composição das candidaturas admitidas.

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